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Startup brasileira mostra que lugar de mulher é no computador

Por Cristina Luckner, da eduK

Consumimos tecnologia diariamente. Ela é nossa companheira. Nos ajuda a estar em contato com amigos e familiares, nos permite aprender sem sair de casa e a executar tarefas mais facilmente. A tecnologia não é mais algo distante, presa à realidade dos filmes de ficção científica. Entretanto, ainda resta uma questão mal resolvida nessa história: por que não há mais mulheres trabalhando nesse mercado?

Lugar de mulher é no computador
Lugar de mulher é no computador

“Nós consumimos tecnologia, mas não estamos participando da produção dela. Por quê?”. Foi com essa dúvida em mente que um grupo de mulheres resolveu se unir para criar a PrograMaria. A startup brasileira, que existe desde fevereiro, tem como objetivo contribuir para que mais mulheres explorem os caminhos da tecnologia, da programação ao empreendedorismo, e fomentar oportunidades e ferramentas para ajudar mulheres a aprender programação.

A fundadora da PrograMaria, a jornalista Iana Chan, diz que programar nada mais é do que resolver problemas, construir coisas. “Em tempos de empreendedorismo digital, essa habilidade dá à mulher autonomia para criar e dar vida às suas próprias ideias e, quem sabe, transformar isso em um negócio.” A PrograMaria é apenas um exemplo de iniciativas como essa aqui no país. Nos EUA, há vários projetos que estimulam mulheres, e até crianças, a se aventurarem pelo mundo da programação e da computação, como o Code.org e o Girls who Code.

Outro nome que tem colaborado para debates nesse sentido no Brasil é Camila Achutti. A criadora do site Mulheres na Computação é uma das líderes do movimento por igualdade de gêneros no mercado de TI e tem sido reconhecida por isso. Ela recebeu uma premiação inédita para uma latina, o “Women of Vision 2015“, e foi incluída na lista das 24 mulheres que estão mudando o mundo, da revista “Marie Claire”.

O perfil e os objetivos das mulheres que querem aprender a programar é bem diversificado. Danieli Barbara trabalhava no glamouroso mundo da moda quando decidiu que queria empreender. Entre muitas habilidades que precisaria aprender para alcançar esse propósito, estava a programação. Dani fez um curso na área, para pelo menos saber como programar o site da sua empresa, o Lilou Estúdio. “Estudei finanças, administração, plano de negócios, empreendedorismo e até linguagem HTML, caso eu precisasse programar meu próprio site”, conta.

Danieli Barbara aprendeu a programar para construir o site de seu negócio de encadernação
Danieli Barbara aprendeu a programar para construir o site de seu negócio de encadernação

Dani estava prestes a se lançar no universo do artesanato e da encadernação manual, um ambiente extremamente oposto ao dos códigos e conjuntos binários. Mas sabia que a tecnologia seria peça fundamental no sucesso do seu negócio. Dani é encadernadora, empreendedora, artesã e professora de cursos de encadernação na eduK, plataforma de cursos on-line voltados à economia criativa. Sua história é prova de que sim, mulheres podem e devem se tornar protagonistas no mercado da tecnologia. Se o que faltavam eram exemplos e estímulo, já podemos nos inspirar com o trabalho de mulheres como Iana, Camila e Dani.

Para Iana, mesmo que as mulheres não trabalhem como desenvolvedoras, aprender a programar já é considerada uma habilidade de século 21. “Não só porque desenvolve o raciocínio lógico, trabalho em equipe e criatividade em resolver problemas, mas porque as empresas cada vez mais precisarão de tecnologia. Saber como esse mundo funciona, é uma vantagem”, explica. Aliás, a própria eduK está com vagas abertas para quem gosta de trabalhar com tecnologia — e adoraria receber currículos de mulheres.