Coque (R)Existe: moradores e ativistas criam movimento pelo direito de morar e viver o bairro

Rede leva resistência política da comunidade sem separá-la de sua vida cotidiana

Há 40 anos, o bairro do Coque, na região central de Recife, foi erguido sobre o mangue, como boa parte da cidade. O local foi aterrado pelos próprios moradores e construído com a força de seus braços.  A maioria da população veio do do interior e não tinha outro lugar para se instalar.

Desde o começo, o local sofreu ameaças e falta de incentivo do poder público. Casas chegaram a ser destruídas por tratores em algumas ocasiões, mas os moradores resistiam e reerguiam seus lares.

 
 

Hoje, pouca coisa mudou. Apesar dos 40 mil habitantes do bairro, as condições de saneamento e urbanização ainda são precárias. E as ameaças da especulação imobiliária do poder público contra a comunidade continuam.

Por isso, moradores, líderes comunitários, organizações, instituições, centros de ensino, movimentos e ativistas de dentro e fora da comunidade se uniram para criar o movimento Coque (R)Existe. O objetivo é dar voz aos moradores  e defender o direito à moradia, de permanecer em seus lares e de viver em uma cidade mais justa.

A atuação da rede também pretende mudar a visão que as pessoas têm do bairro, dando visibilidade para os projetos e moradores do local e questionando as barreiras que distancia a comunidade do restante da cidade.

 
 

O Coque (R)Existe não é uma instituição, não tem identidade jurídica, não pede financiamento e não tem vinculação ou pretensão política partidária. É uma rede de pessoas defendendo o direito de viver a cidade.

Vitória

No dia 13/9, os moradores do Coque, com ajuda dos advogados do Movimento Coque (R)Existe venceram uma batalha justiça. 58 casas seriam desapropriadas para a construção do do traçado do sistema viário do Terminal Integrado Joana Bezerra. Após pressão dos moradores, a justiça decidiu mudar o percurso das obras e não desapropriar as residências.