A infância de Franz Kafka trazida para o palco
Recriar a origem da impotência de Franz Kafka é o que busca a peça “Kafka- Escrever um sono mais profundo do que a morte”, em que transforma o autor alemão em personagem da obra.
O Grupo formado há 28 anos é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor alemão. A concepção nasceu a partir da montagem “Metamorfose”. Foi através do estudo de biografias do autor, do humor negro e de seu raciocínio original que fez com que Edson Bueno e o Grupo Delírio de Teatro montassem uma peça sobre o escritor alemão.
“Três circunstâncias de sua vida nos fizeram querer recriar a infância do autor. A condição social hostil, o relacionamento doloroso com o pai e o fato de ter sido um menino de uma fertilidade atroz”, coloca Edson Bueno.
A peça fala desse menino confinado dentro de sua casa com um pai violento e repressivo. O subtítulo da peça “Escrever é um sono mais profundo do que a morte” é como Kafka considerava o ato de escrever: “doloroso”. “A grande alma do espetáculo é o imaginário do autor”, coloca Bueno.
A peça obteve uma boa receptividade do público por onde passou. Em Curitiba ganharam uma série de prêmios, em premiação comparada ao Prêmio Shell de Teatro.
“O espetáculo é simples. Tem uma elaboração teatral, mas são os atores e a maneira como se entregam ao papel que faz o público viajar com o espetáculo”, comenta.
O Grupo Delírio Cia de Teatro acumula adaptações exitosas como “Capitu- Memória Editada” e “O Evangelho Segundo São Mateus”, peça adaptada do próprio evangelho e do 8° poema do “Guardador de Rebanhos”, de Fernando Pessoa.
O grupo foi criado há 28 anos pelo dramaturgo e ator Edson Bueno e Áldice Lopes, na época, aluno do teatro Guaíra, cujo ideal era desenvolver uma linguagem própria e regionalizada.
A história do pequeno Franz Kafka se inicia em Praga (Tchecoslováquia), onde vive e faz da cozinha da casa de sua mãe um refúgio secreto para sua imaginação fértil. Ele transforma o lugar numa espécie de portal para a vivência lúdica com os próprios protagonistas de sua fantasia de terror.
Por Redação