“Iconoclássicos” nas telas do Itaú Cultural
Filmes documentam artistas brasileiros
Sucessos nas telas de cinema em 2011, a série “Iconoclássicos” comanda a programação do Itaú Cultural.
“Daquele Instante em Diante”, com direção de Rogério Velloso, e “Evoé! Retrato de um Antropófago”, de Tadeu Jungle e Elaine Cesar ganham novas exibições nos dias 11 e 12, com entrada Catraca Livre.
Daquele Instante em Diante
O documentário de Rogerio Velloso percorre a trajetória musical do Nego Dito Itamar Assumpção, desde os anos da Vanguarda Paulista na década de 1980 até a sua morte aos 53 anos. Com depoimentos daqueles que conviveram com o artista, o filme reúne uma seleção de imagens raras de acervos e arquivos que mostram sua presença nos palcos e momentos entre amigos e familiares.
Evoé! Retrato de um Antropófago
O filme articula depoimentos recentes e imagens históricas da carreira do diretor, ator e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina. O documentário adquiriu o seu verbo principal em quatro viagens a pontos-chave da trajetória de Zé Celso: Sertão da Bahia, Praia de Cururipe, em Alagoas, Epidaurus e Atenas, na Grécia, e em sua casa, em São Paulo.
Sucesso nas telas de cinema em 2011, a série ICONOCLÁSSICOS comanda aprogramação do final de semana no Itaú Cultural. Nos dias 11 e 12 de maio (sexta-feira e sábado) serão exibidos os longas-metragens Daquele Instante em Diante, dodiretor Rogerio Velloso sobre a vida e a trajetória artística do músico e poeta ItamarAssumpção, e Evoé! Retrato de um Antropófago, de Tadeu Jungle e Elaine Cesar,morta no início deste ano, que mistura depoimentos recentes e imagens históricasda carreira do o diretor, ator e dramaturgo Zé Celso, do Teatro Oficina (segueprogramação completa abaixo). A entrada é franca.
Em Daquele Instante em Diante, Rogerio Velloso documenta em profundidade ahistória de Itamar Assumpção, um dos pilares mais importantes de um momento damúsica popular brasileira que se convencionou chamar de Vanguarda Paulista, mortoem 2003. Partindo de uma pesquisa extensa que resultou em mais de 250 horas deimagens e de um mergulho profundo no seu universo pessoal, o filme apresenta váriasfacetas do artista: compositor, poeta, arranjador, performer apaixonado por orquídeas,o pai de família, o iconoclasta, o gênio incompreendido.
Itamar Assumpção vem à tona por meio de uma trama poética, intuitiva, onde fatos edepoimentos falam mais alto que ideias preconcebidas. Dono de uma personalidadevulcânica, ele construiu sua obra de forma praticamente independente, à revelia daindústria cultural – e estabeleceu com ela, desde cedo, uma relação turbulenta. Íntegroe muitas vezes intransigente, sua postura lhe custou o rótulo de “maldito” e acabou porcolocá-lo à margem (muitas vezes de forma dolorosa) do que se entendia por sucessocomercial (sucesso Itamar fazia a seu modo, com shows lotados e longas temporadasem São Paulo).
Já o documentário Evoé! Retrato de um Antropófago adquiriu o seu verbo principal emquatro viagens a pontos chave da trajetória de Zé Celso Martinez Corrêa: o Sertão daBahia, Praia de Cururipe em Alagoas (onde o Bispo Sardinha foi devorado), Epidauruse Atenas, na Grécia e o apartamento de São Paulo.
Com acesso livre ao arquivo de imagens e sons do Grupo Oficina, misturados comimagens contemporâneas, Tadeu Jungle e Elaine Cesar construíram uma visãoparticular e instigante, que resulta num filme estimulante e documental.
Sem legendas, sem datas aparentes e sem didatismo, Evoé! é um fluxo potente deimagens e sons que deixam o espectador em estado de constante atenção. Trata-sede um filme antropofágico na sua essência, que pode ser exibido de forma cíclica, poisnão tem um começo e com certeza nunca terá fim.
Por Redação