Leia trecho do livro “Gaveta dos Guardados”, de Iberê Camargo

Para ler e entender um dos maiores pintores de todos os tempos: Iberê Camargo

A Cosac&Naify lança mais dois títulos sobre o artista ícone da arte brasileira do século XX. Em Porto Alegre, na Fundação Iberê Camargo comemora-se o lançamento do livro de memórias do artista “Gaveta dos Guardados” e também o título“ Tríptico para Iberê” com ensaios sobre as obras do artista.

“Gaveta dos Guardados” reúne textos construídos desde a memória da infância do artista a sua formação como pintor. A organização e apresentação dos escritos ficou a cargo de Augusto Massi. A edição inclui 37 imagens que documentam momentos da vida de Iberê.

O pintor resolveu escrever um caderno de memórias quando a morte passou a assombrá-lo, assim coloca Augusto Massi, na apresentação do livro. Segundo o organizador, o conjunto de contos é uma viagem no tempo de “um homem que ainda está a caminho”, como Iberê mesmo procurou se autodefinir. A obra é considerada um precioso esboço biográfico, que, mais do que ajudar a compreender o artista, desdobra o homem, envolto ao tema da tragédia.

“Tríptico para Iberê” traz três ensaios sobre momentos diferentes do artista. Em “Iberê Camargo: o vermelho e o azul”, Daniela Vicentini discute a produção pictórica do artista. Já “Los carretes en la obra de Iberê Camargo”, de Laura Castilhos, se detém ao elemento que marcou boa parte da produção do artista: os carretéis. Completando o volume, no ensaio “Que forças derrubaram o ciclista? Iberê Camargo, escritor”, Paulo Ribeiro demonstra como a literatura do artista é produzida sob a influência de sua criação plástica.

A publicação tem também o objetivo de incentivar a criação de novos ensaios e pesquisas sobre Iberê e sua obra, bem como estimular a produção crítica acerca da arte brasileira.

A obra só é completa e vive quando expressa. Nos meus quadros, o ontem se faz presente no agora. Lanço-me na pintura como um mergulhador na água. A arte é também história. E expressa a nossa humanidade. A arte é intemporal, embora guarde a fisionomia de cada época. Conheci em Paris um escultor brasileiro, bolsista, que não freqüentava museus para não perder a personalidade, esquecendo que só se perde o que se tem. Iberê Camargo, em “Gaveta dos Guardados”

Por Redação