Mostra “Dionísio Del Santo e o Concretismo” na Caixa Cultural Paulista
Exposição mostra a trajetória do artista capixaba evidenciada pelo figurativismo e sua particular apreensão da tradição construtiva brasileira
A Caixa Cultural São Paulo recebe a partir de quinta-feira, 3, na Galeria Vitrine da Paulista, a mostra individual “Dionísio Del Santo e o Concretismo”, com 51 obras desse artista capixaba.
Com curadoria de Maria Alice Milliet, a exposição abrange quase quatro décadas da produção do artista, reunindo 11 xilogravuras dos anos 1950; 30 serigrafias dos anos 1970 e 80 e, por fim, uma seleção de 10 óleos sobre tela realizados no final dos anos 1980 e início dos 90.
A exposição foi organizada pela Fundação Nemirovsky, em módulos distintos, evidenciando a receptividade das idéias e técnicas, deixadas pelo Concretismo brasileiro, na obra do artista, morto em 1999.
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“Cinquenta anos depois de seu declínio, o Concretismo é tomado como chancela de qualidade”, afirma Maria Alice no catálogo da mostra. “Ter participado do movimento concreto funciona, hoje, como salvo-conduto para o ingresso no hall da fama da arte brasileira”, completa. “Dionísio Del Santo, capixaba, residente durante toda sua vida produtiva no Rio de Janeiro, foi dos que beberam da tradição construtiva no convívio com os concretos”, assinala a curadora.
Para ela, “parecia inadmissível que um artista tão dotado e próximo aos concretistas, conservasse em sua pintura elementos figurativos, ainda que integrados à geometria plana das composições. Essa aparente contradição, somada ao retraimento natural do artista, acabou por prejudicar a receptividade de sua obra que, só recentemente, começa a ser devidamente valorizada”.
O que o atraía no Concretismo, segundo Maria Alice, era a possibilidade de submeter os conteúdos subjetivos ligados ao seu passado, à vida rude que conhecera na infância, ao crivo da racionalidade, e assim libertar-se do peso dessa experiência traumática.