Pinacoteca do Estado inaugura mostra de Steinberg

Mais de 100 obras do célebre cartunista da revista "The New Yorker" compõem a exposição

Por: Redação

Foi na prestigiada revista “The New Yorker” que o cartunista e ilustrador Saul Steinberg (1914-1999) tornou-se mundialmente conhecido. Seus inúmeros, gatos, cowboys, trens, bichos sem nome e mulheres em casacos de pele, desenhados às vezes por uma única linha, questionam o cotidiano de rotinas, a vida moderna. Nesta terça-feira, 3, mais de 100 destes trabalhos chegam à Pinacoteca do Estado de São Paulo na mostra “Saul Steinberg: as aventuras da linha”, com entrada a R$ 6.

Sob curadoria da historiadora Roberta Saraiva, a mostra apresenta obras criadas por Steinberg nas décadas de 40 e 50, período em que  tonou-se reconhecido internacionalmente, com desenhos publicados nas maiores revistas americanas. A seleção de obras, todas pertencentes à Saul Steinberg Foundation, foi feita a partir de três importantes exposições: a Fourteen Americans, organizada pelo MoMA, em 1946; uma mostra individual também Nova York, em 1952, nas galerias Sidney Janis e Betty Parsons; e uma exposição realizada no Museu de Arte de São Paulo (Masp), também em 1952.

Por conta da abertura da exposição no Masp, o artista esteve no Brasil na década de 50 com sua esposa, a pintora Hedda Sterne. Conheceu Petrópolis, Salvador, Recife, Belém e Manaus, além de São Paulo e Rio de Janeiro. Dois trabalhos foram inspirados nas anotações dessas viagens e na coleção de cartões postais levados do Brasil, e também estão presentes na mostra: “Pernambuco” e “Grande Hotel de Belém”, uma rica mistura de  personagens e motivos locais.

A mostra “Saul Steinberg: as aventuras da linha” é composta também pelos quatro desenhos murais do artista, criados para a Trienal de Milão, de 1954. São trabalhos em rolos de papel em proporções arquitetônicas, expostos pela primeira vez em conjunto. “A linha”, a maior de todas, tem 10 metros de comprimento e cerca de 45 cm de altura. A mostra conta com um catálogo recheado de informações sobre o artista, como seu diário de viagem no Brasil, feito pela curadora Roberta Saraiva e o ilustrador Daniel Bueno e um perfil seu publicado na revista The New Yorker, em 1999, logo após a sua morte.

Por Redação