Portela faz tributo a Clara Nunes e seus compositores na Lapa
Quem samba na beira do mar é sereia
O mar vai serenar na quinta, dia 10 de agosto, a partir de 21h, quando a Portela apresenta a quarta edição do projeto que leva à noite mais movimentada da cidade um pouco do samba com jeitinho do subúrbio carioca. O Portela na Lapa ocupa o Espaço Multifoco cantando Clara Nunes.
Os ingressos antecipados podem ser comprados via internet a R$ 22 – na hora custarão R$ 30. Com participação do grupo Praça XI, a Portela recebe os compositores Armando Aguiar, o Mamão, sambista mineiro, e Toninho Nascimento. Clara Santhana, que interpreta a Guerreira no musical “Deixa Clarear”, também é presença confirmada.
Nas edições anteriores, os temas foram os primeiros anos de fundação, os carnavais dos anos 40 com a chegada de Candeia e da turma do Muro à escola e um tributo a Zé Kétti. O Conjunto Praça XI, sexteto que se dedica à pesquisa de sambas, comanda novamente o som.
O repertório inclui sambas de terreiro (ou de quadra), sambas de enredo dos primeiros tempos das escolas e partido-alto, inclusive músicas inéditas, recuperadas da memória dos personagens ainda vivos daquela época. Este ano, o Portela na Lapa ainda vai acontecer em 12 de outubro e 14 de dezembro.
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Homenagem e Homenageada
Clara Nunes, que completaria 75 anos no dia 12 deste mês, foi uma das maiores intérpretes nacionais nos anos 70 e 80 e tinha forte identificação com a Águia Altaneira, de quem chegou a ser voz oficial no carnaval de 1972, com o até hoje cantado samba-enredo “Ilu-Ayê, Terra da Vida“.
A ligação de Clara com a Portela era mais que uma relação entre escola de samba e artista torcedora. Ela foi uma das que mais gravou canções de compositores da escola e o sucesso de 1981, “Portela na Avenida”, contou com a participação da Velha Guarda. Sua morte precoce e inesperada no sábado de aleluia de 1983 levou mais de 50 mil pessoas à quadra da escola em meio a uma comoção. Um ano depois, a Águia vencia desfile de domingo do Carnaval de 1984 com o enredo “Contos de Areia”, que a trazia como uma das homenageadas.