Assista à cobertura completa e exclusiva da Festa de Jongueiros em Valença

O Quilombo São José da Serra, em Valença – município do Rio de Janeiro considerado patrimônio imaterial -, realiza anualmente uma festa em comemoração ao dia da Abolição da Escravatura (13 de maio). Este ano, Germano Fehr, Luiz Henrique Faria e Yarssan, colaboradores do Samba em Rede, participaram do evento e contam um pouco do que acontece por lá em uma cobertura videográfica exclusiva.

A celebração teve início na manhã de sábado, dia 17 de maio, e se estendeu até o domingo. Com samba de roda, feijoada no forno a lenha, capoeira, missa, bênção e jongo, a festa atraiu pessoas de todas as idades e de várias cidades do Brasil. Para entender mais sobre a história desta tradição, o Samba em Rede conversou com alguns moradores e visitantes.

“O jongo é uma dança de cultura africana que os escravos dançavam para se comunicar. Era o lazer deles”, segundo o Mestre Laudeni. Por meio dos “pontos”, a cantiga, eles combinavam fugas ou contavam acontecimentos sem que os Senhores os entendessem.

Para Paulo, que vem de São Paulo, o jongo também está ligado a espiritualidade por ser realizado em roda. Esta formação é um traço característico da religião africana Umbanda, a qual aderiu. “A maioria das pessoas às vezes só veem aquela roda e fogueira. Mas a roda e o fogo representam a transformação”, explica.

O morador mais velho do quilombo, Manoel Seabra, de 94 anos, conta a relação do local com o jongo. Formado por volta de 1850 por descendentes de escravos que vieram do Congo, da Guiné e principalmente de Angola, é o quilombo mais antigo do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, abriga cerca de 150 quilombolas, que mantêm vivas as tradições africanas de seus ancestrais.