A herança do sambista para o Rio de Janeiro, Brasil e o mundo

Não é a toa a forma como Maria Thereza denomina Ismael Silva: um sambista que foi rei

Em “São Ismael Do Estácio – O Sambista Que Foi Rei”, a autora Maria Thereza Mello Soares analisa os eventos que marcaram a inserção definitiva dos negros na sociedade carioca como formadores de costumes e cultura popular.

Somente a partir da década de 1930, a legítima herança africana ganha espaço em uma estrutura social que buscava ser uma réplica da civilização europeia.

Ismael Silva foi um protagonista deste movimento de apropriação da cultura negra. Neto de escravos, o sambista criou a primeira escola de samba que se tem registro e, com sua turma, inventou o ritmo do samba carnavalesco ou carioca.

As duas frentes representavam manifestações antes reprimidas pela polícia. Apenas os ricos tinham o direito de diversão nas ruas.

No entanto, com o advento do rádio na indústria fonográfica, este novo ritmo de Carnaval penetrou nas altas esferas do Rio de Janeiro.

Dessa forma e com a aceitação do samba e das produções das escolas no mercado musical, o negro passa a ser percebido como uma figura capaz de influenciar na cultura brasileira.

Nas festas carnavalescas, as diferenças sociais finalmente começavam a se dissolver.

Sem expectativas ou compreensão do que fazia, Ismael assumiu a frente de elementos de liderança negra que exercem influência no cotidiano até os dias de hoje. Inclusive, estes movimentos se expandiram para além do povo carioca, ganhando força mundo afora.