Documentário faz de Nelson Cavaquinho um contraponto à bossa nova

Uma conversa informal e descontraída com o compositor Nelson Cavaquinho, em 1969, torna-se um curta-metragem. Aparentemente inofensivo, o documentário faz um contraponto à tão aclamada bossa nova. O filme, dirigido por Leon Hirszman, volta-se para a raiz da música popular brasileira em um momento em que todo a atenção era dirigida à “garota de Ipanema”.

O sambista é gravado em sua casa ou no bar, ressaltando a simplicidade de sua vida em oposição a profundidade de suas composições. A fala melancólica de Nelson confunde-se com as tristes letras de suas canções. De forma sutil, o diretor capta cenas cotidianas que compõem um panorama da vida do compositor.

O poeta do morro é o personagem ideal da crítica proposta pelo diretor. Indiferente às rádios, Nelson sabe que “alguém há de chorar” quando ele morrer e, por isso, vive tranquilo em Mangueira. A autenticidade do sambista, que vive à margem da sociedade, é o principal argumento que põe em cheque a definição da bossa – movimento explosivo da classe média carioca – como vertente do samba.

Assista ao registro histórico do sambista: