Pixinguinha, o flautista

Segundo Sérgio Cabral, em “Pixiguinha – Vida e Obra”, nunca houve no Brasil alguém que tocasse flauta com melhor capacidade criativa e interpretativa. Quando se fala no flautista Pixinguinha, ressalta que deve-se levar em consideração a forma como as gravações eram realizadas naquele tempo. Eram feitas “de primeira”, ou seja, quem gravava não tinha o direito de errar.

Cada erro significava um desperdício de matéria-prima, um prejuízo para a gravadora. Os avanços tecnológicos fizeram com que esse cenário mudasse e o erro fosse permitido. Se for necessário, tornou-se possível repetir até acertar, levando o tempo que for.

No entanto, na época do flautista, isso não era viável. O Brasil começava a gravar discos e enfrentava diversos obstáculos. O tempo de duração de uma gravação era o mesmo da música gravada, não havia microfone, o som tinha que ser emitido com o vigor suficiente para ser devidamente gravado, entre outros. Sérgio escreve que Pixinguinha parecia tocar tudo que lhe vinha à mente, algo surpreendente naquelas circunstâncias.