“Tico-Tico no Fubá”: choro paulista de fama internacional

“Tico-Tico no Fubá”, o choro com autêntico tempero caipira

O interiorano paulista de Santa Rita do Passa Quatro, José Gomes de Abreu (1880-1935), mais conhecido como Zequinha, resolveu experimentar uma composição incompleta e sem nome definido em 1917.

Observando dançarinos, pensou que os pares pareciam tico-ticos brincando no farelo. E batizou seu choro dessa maneira. Mas consta que havia outro choro, de autoria de Canhoto, o violonista Américo Jacomino, homônimo a seu tema. Assim, ele resolveu mudar e batizar a obra então acabada de “Tico-Tico no Fubá”.

Nada de muito especial aconteceria para aquela música até que a Orquestra Colbaz, dirigida pelo maestro Gao (1909-1992), gravou-a 14 anos depois. Este foi o impulso que a composição necessitava para definitivamente ganhar espaço além dos salões de dança. Muito além, mesmo.

O choro ganhou letra de Eurico Barreiros, para a voz de Ademilde Fonseca. Alvarenga fez a sua versão logo em seguida. E Aloysio de Oliveira também realizou a sua, que foi gravada por Carmen Miranda, tornando-se um estrondoso sucesso nos anos 1940.

Tomou parte da trilha sonora em cinco filmes nos EUA e recebeu inúmeras versões. De Charlie Parker a Paco de Lucia, passando por Ethel Smith e Ray Connif. No Brasil, em 1952, virou tema do filme biográfico sobre Zequinha, realizado pelos cineastas Fernando de Barros e Adolfo Celi na Companhia Vera Cruz, com Anselmo Duarte e Tônia Carrero nos principais papéis. Tornou-se um clássico internacional definitivo. Choro com autêntico tempero caipira!

Roda de choro de músicos paulistas tocam “Tico Tico no Fubá”:

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