Anvisa libera novos testes com medicamentos em pacientes com covid-19

Mais de 150 pacientes participarão desses novos estudos clínicos no Brasil

A Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – publicou uma portaria no Diário Oficial da União, na última quarta-feira, 24, autorizando dois testes clínicos com medicamentos em pacientes com covid-19. Os remédios usados serão o remdesivir associado ao tocilizumabe e o ruxolitinibe.

O remdesivir tem se mostrado resultados promissores no tratamento contra a covid-19. Segundo um estudo feito com macacos e publicado na revista científica Nature, ele foi capaz de reduzir a carga viral e os danos nos pulmões dos animais infectados.

Dois novos estudos clínicos com medicamentos para pacientes com covid-19 serão iniciados no Brasil
Créditos: sittithat tangwitthayaphum/istock
Dois novos estudos clínicos com medicamentos para pacientes com covid-19 serão iniciados no Brasil

Já o ruxolitinibe será usado com o objetivo de controlar a chamada “tempestade de citocinas”, que é quando o organismo gera uma quantidade exagerada de defesas (citocinas) contra a doença, causando agravamento do quadro clínico.


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Como serão os testes?

O primeiro deles é um estudo de fase 3 destinado à avaliação da eficácia e da segurança do medicamento experimental remdesivir em pacientes com pneumonia grave provocada pela Covid-19. Essa pesquisa deve envolver 105 voluntários. O produto será usado no tratamento de dois grupos, sendo que um receberá o medicamento associado ao fármaco tocilizumabe e outro será tratado com o remdesivir com placebo.

O outro estudo com ruxolitinibe, que também está na fase 3, irá avaliar a eficácia e a segurança do medicamento experimental. A pesquisa é da Novartis Biociências S.A. e deve incluir 60 pacientes.

Arsenal farmacológico contra a covid-19

Além desses medicamentos citados acima, vale falar sobre o dexametasona, um corticoide que se mostrou eficaz na redução de mortes de pacientes graves internados com ventilação mecânica. Esse tratamento já tem sido aplicado em alguns hospitais brasileiros como uma das terapias farmacológicas para o doente grave.

O dexametasona, no entanto, não é indicado para a fase inicial da doença. Segundo a OMS não há evidências de que este medicamento funcione em pacientes com sintomas leves ou como medida preventiva. Além do mais, sem supervisão médica, ele pode causar danos.