Carne bem passada traz risco de câncer, indica pesquisa da USP

Uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP), indica que o consumo de carnes bem passadas pode trazer risco de surgimento de câncer e outras doenças. Os resultados foram apresentados na tese de doutorado Consumo de carnes e aminas heterocíclicas como fatores de risco para câncer, com autoria de Aline Martins de Carvalho.

De acordo com a pesquisadora, durante o preparo de carnes em altas temperaturas são formados compostos carcinogênicos (indutores das mutações que causam o câncer) nas partes mais escuras da carne, os pontos onde ela esquenta até quase queimar. Estas substâncias são compostos orgânicos nitrogenados chamados aminas heterocíclicas. “Quanto mais bem passada a carne, maior o teor delas”, afirma Aline ao Jornal da USP.

Compostos carcinogênicos podem estar nas partes mais escuras da carne
Créditos: Getty Images
Compostos carcinogênicos podem estar nas partes mais escuras da carne

Em outros estudos, a nutricionista constatou que 75% da população da cidade de São Paulo (SP) consume em excesso carne vermelha e processada, ou seja, hambúrgueres, salsicha, nuggets, entre outras. O número é muito acima do limite de 500 gramas por semana recomendado pelo World Cancer Research Fund, órgão norte-americano para prevenção do câncer.

Como forma de prevenção, a recomendação é consumir a carne cozida ou, antes de levar ao fogo, mariná-la no limão, alho e cebola. Além disso, colocá-la no microondas por três minutos também é uma alternativa, pois reduz a formação das aminas heterocíclicas.

Outro alerta é que, embora a carne bem passada aumente o risco de doenças, o consumo de carne mal passada também traz o risco de parasitoses. Leia o artigo completo aqui.