China vai permitir que mulheres façam cesarianas sem aval dos maridos

Atualmente, hospitais só podem permitir que gestantes façam cesarianas se os maridos permitirem.

A China dará às gestantes o direito de escolher cesarianas para seus bebês mesmo que os maridos discordem. O anúncio foi feito nesta terça-feira,21, pela mídia estatal chinesa.

A medida é uma das mais recentes para salvaguardar os direitos das mulheres em uma sociedade na qual as tradições podem desempenhar um papel forte.

Atualmente, hospitais só podem permitir que gestantes façam cesarianas se os maridos permitirem.
Créditos: AsiaVision/iStock
Atualmente, hospitais só podem permitir que gestantes façam cesarianas se os maridos permitirem.

O comitê permanente do Parlamento, que é o principal organismo de formulação de leis da China, está reunido nesta semana para debater projetos de lei, inclusive um esboço de emenda à Lei de Proteção dos Direitos e Interesses da Mulher, aprovada em 1992.

He Yiting, autoridade parlamentar para questões sociais, disse que, embora a lei esteja em vigor há anos, alguns problemas antigos não foram resolvidos e outros surgiram enquanto a sociedade e a economia progrediram, noticiou a Beijing News.

Atualmente, hospitais só podem permitir que gestantes façam cesarianas se os maridos permitirem.

Pela lei, as mulheres deveriam usufruir de direitos iguais, mas na realidade suas opções e decisões sobre se casar, ter filhos ou seguir uma carreira são limitadas com frequência pela pressão de parentes ou autoridades.

Filho único

Durante décadas, a China impôs uma política de filho único rigorosa para conter o crescimento populacional.

Algumas famílias chinesas acreditam que cesarianas podem prejudicar o bebê e que a mãe levará mais tempo para se recuperar do parto, o que pode adiar o prazo para que ela esteja pronta para ter outro bebê.

Os riscos da cesariana

Quando não é necessária, a cesariana pode representar mais perigo do que benefício. Além de ampliar cerca de 120 vezes a probabilidade de o bebê ter síndrome da angústia respiratória, a cesariana também  triplica o risco de morte materna.

Com informações da Agência Brasil