Mãe diz como a cicatriz da cesárea marcou sua relação com o parto

“Esses dias li uma matéria que falava sobre cesárea humanizada e tinha um comentário dizendo que cesárea não era parto. A pessoa colocava o significado científico da cesárea, como cirurgia e dizia que se alguém quiser ter uma interpretação pessoal de que sua cesária foi um parto, ok, mas não era o certo. Pois bem!”, é assim que Agda, mãe da Amora, começou um desabafo em suas redes sociais.

Ela fez um post na página “Mãe da Amora“mostrando a cicatriz de sua cesariana e a apresenta como “minha marca de parto”. A intenção foi afirmar que a cesariana, dependendo do contexto e a história de cada mãe, é o parto possível. E cada experiência é única. Em seu caso, uma eclampsia definiu pela necessidade de uma intervenção cirúrgica.

“Eu demorei muito para entender o nascimento da Amora. Nós, mães de eclampsia, não temos escolha de parto. Não podemos falar “vamos tentar o normal”, não podemos optar pela cesária. Nosso parto não é trazer uma nova vida. Nosso parto é feito para salvar a nossa vida. As pressas, no tumulto, do nada! Eu ouvi do meu médico “vamos ter que tirar a Amora senão você vai morrer”. Algo bem diferente do que esperava ouvir no dia do nascimento dela. Por muito tempo meu parto se baseou nessa palavra – TIRAR. Tiraram a Amora de mim! Quando o trauma passou e eu entendi o que havia acontecido, percebi que aquele foi meu parto”, desabafou.

Esses dias li uma matéria que falava sobre cesárea humanizada e tinha um comentário dizendo que cesárea não era parto. A…

Posted by Mãe da Amora on Friday, January 26, 2018

No Brasil, o grande número de nascimentos entre a 37ª e a 38ª semana de gestação está associado ao elevado número de cesarianas, que frequentemente são agendadas previamente e acabam sendo realizadas antes que o trabalho de parto espontâneo comece.

Mas o risco de vida para a mãe, o bebê ou ambos, é o que define a necessidade de uma cesariana. Agda relatou que “aquela foi a forma que ela pariu a Amora”.

“Mesmo sendo um parto de risco, de urgência, foi um momento de extremo amor. Meu médico fez o parto, meu marido estava presente, mostraram a Amora pra mim. Isso pode parecer pouco para quem teve um parto normal/natural humanizado, mas é muito pra quem poderia morrer ali naquela mesa. Quando eu consegui enxergar meu parto, fiz da minha cicatriz minha marca de parto. Inclusive parei de usar gel cicatrizante nela, queria até que ela fosse mais marcada. É dali que a Amora nasceu e é dali que eu pari ela sim. Pouco me importa os significados técnicos das coisas”.

Veja outros casos em que a cesária é indicada: 

  • A mãe tem uma forma de hipertensão grave que descompensa;
  • A gestante é soropositiva para o vírus da aids;
  • O cordão umbilical sai antes do bebê;
  • A placenta descola antes do nascimento do bebê;
  • A cabeça do bebê é desproporcional à passagem da mãe;
  • O bebê está atravessado ou sentado;
  • A localização da placenta impede a saída do bebê.

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