Crescem internações por síndrome respiratória aguda no Brasil, diz Fiocruz

Segundo estudo da Friocruz, número de internações por SRAG em 2020 é o maior desde 2010

O Brasil registrou um aumento expressivo nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos primeiros meses de 2020, segundo estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

Até o dia 4 de abril, o país teve 33,5 mil internações por SRAG, bem acima da média dos últimos dez anos –de 3,9 mil casos. Mesmo em 2016, quando houve um surto de H1N1, foram registrados 10,4 mil casos no mesmo período do ano.

Segundo estudo da Friocruz, número de internações por SRAG em 2020 é o maior desde 2010
Créditos: Divulgação/Secom-PA
Segundo estudo da Friocruz, número de internações por SRAG em 2020 é o maior desde 2010

“O volume de hospitalizações por SRAG permanece extremamente elevado, muito acima do esperado e muito acima de anos anteriores em todas as regiões”, diz Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

O relatório semanal do sistema InfoGripe indica que todas as regiões do país seguem na zona de risco e com atividade semanal muito alta para a síndrome, inclusive, com predominância do novo coronavírus entre os casos que já tiveram resultado laboratorial positivo.



Síndrome

Os sintomas da Síndrome Respiratória Aguda Grave são febre, tosse ou dor de garganta e dificuldade de respirar.

A hospitalização ou óbito por SRAG têm notificação obrigatória, que deve ser feita pelas unidades de saúde que identificam um paciente que se enquadre nos seus critérios. Os dados são reunidos em sistema nacional pelo Ministério da Saúde e repassados ao InfoGripe uma vez por semana.

“Historicamente, apenas as unidades do SUS faziam essa notificação, com apenas algumas unidades privadas também notificando. Agora, com a emergência em saúde, mais unidades privadas passaram a notificar”, afirmou Marcelo Gomes.

O coordenador do InfoGripe diz ainda que o tempo de inclusão dos dados no sistema pode variar muito entre os estados, pois depende da infraestrutura de equipes responsáveis pela digitação nas unidades de saúde, secretarias municipais e estaduais de saúde.

“Em alguns locais pode levar mais de um mês para que o caso seja digitado”, observou.