‘Dar dexametasona a pacientes graves da covid-19 salva vidas’, diz OMS

De acordo com Tedros Adhanom, a pandemia do novo coronavírus irá durar por um longo período

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta segunda-feira, 29, que dar o corticoide dexametasona a pacientes graves da covid-19 ‘salva vidas’ .

‘Dar dexametasona a pacientes graves da covid-19 salva vidas’, diz OMS
Créditos: reprodução/Twitter
‘Dar dexametasona a pacientes graves da covid-19 salva vidas’, diz OMS

“Identificação precoce dos infectados e cuidados clínicos precoces salvam vidas. Dar oxigênio e dexametasona a pessoas com casos graves da covid-19 salva vidas. Dar atenção aos grupos de risco, inclusive aos idosos e pessoas de cuidados prolongados, também salva vidas”, afirmou o diretor-geral da OMS.

De acordo com Tedros Adhanom, a pandemia do novo coronavírus irá durar por um longo período. “Muitos países implementaram medidas nunca antes vistas para suprimir a transmissão e salvar vidas. Essas medidas tiveram sucesso, mas não interromperam completamente a doença. O vírus ainda tem muito espaço para se disseminar. Todos queremos o final disso. Todos queremos que a vida continue. Mas a dura realidade é: não estamos nem próximos do final. Embora vários países tenham progredido, globalmente a pandemia está acelerando”, alertou.


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Brasil

O diretor do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, classificou a situação do novo coronavírus no Brasil como desafiadora e difícil. O país, atualmente com mais 1,3 milhões de infectados e 57 mil óbitos, concentra cerca de 25% dos casos e das mortes pela doença na América. Segundo Ryan o continente americano responde por cerca de metade dos números do coronavírus no mundo.

“Na América, em geral, a situação é difícil. O Brasil representa uma grande proporção dos casos, e está enfrentando um grande desafio. São mais de 30 mil casos por dia. Uma abordagem ampla é necessária porque o nível de infecção é elevado, temos várias situações de risco. Temos áreas densamente povoadas em ambientes urbanos com condições precárias, além de pessoas morando em áreas rurais de difícil acesso. Não devemos subestimar a complexidade e o tamanho de um país grande como o Brasil”, afirmou o diretor do programa de emergências da OMS, Michael Ryan.

Ele aproveitou o momento para criticar a “politização” da pandemia no Brasil e em diversos países do mundo. Ele então propôs que os líderes façam uma reflexão sobre as atitudes ao longo dos seis meses de covid-19.

“Precisamos engajar toda a sociedade e governos nessa abordagem. Quando falamos de evitar a politização do vírus, serve para os dois lados. Em várias situações, precisamos dar apoio a um governo que talvez não seja o que elegemos, mas esse é o desafio da unidade nacional contra o inimigo comum. Não podemos continuar a permitir que a luta contra esse vírus se torne uma luta ideológica. Não podemos confundir virologia com ideologia. Todos os políticos precisam se olhar no espelho e se perguntar: estou fazendo o suficiente para eliminar o vírus? Precisamos ter esse debate porque este é o momento. Não temos tempo a perder”, concluiu.