Diretor da OMS defende o direito ao aborto após polêmica nos EUA
"As mulheres devem sempre ter o direito de escolher quando se trata de seus corpos e sua saúde", argumentou
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, lançou um apelo a favor do direito ao aborto.
Isso aconteceu dois dias após o vazamento do esboço de uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos favorável à revogação de uma decisão histórica de 1973 que legalizou em todo o país o direito à interrupção da gravidez.
“As mulheres devem sempre ter o direito de escolher quando se trata de seus corpos e sua saúde”, defendeu Tedros Adhanom.
“Restringir o acesso ao aborto não reduz o número de procedimentos. A restrição leva mulheres e jovens a recorrerem a procedimentos perigosos. O acesso ao aborto seguro salva vidas”, declarou ele em mensagem publicada no Twitter.
O chefe da OMS, no entanto, não fez referência especificamente ao vazamento do documento dos EUA.
Women should always have the right to choose when it comes to their bodies and their health. Restricting access to #abortion does not reduce the number of procedures — it drives women and girls towards unsafe ones. Access to safe abortion saves lives. https://t.co/SdF81B5D1u
— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) May 4, 2022
O vazamento do documento interno do tribunal norte-americano gerou uma onda de protestos. Ele seria de autoria do juiz conservador Samuel Alito.
Aborto no mundo
Segundo a OMS, os abortos inseguros causam cerca de 39 mil mortes por ano em todo o mundo e resultam na hospitalização de outros milhões de mulheres devido a complicações.
A maioria dessas mortes está concentrada em países de baixo rendimento – mais de 60% na África e 30% na Ásia – e entre pessoas mais vulneráveis.