Coronavírus: Governo pode autorizar cloroquina para pacientes graves

Ministério da Saúde soltará uma nota com orientações sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina

O Ministério da Saúde pode autorizar a prescrição da cloroquina e da hidroxicloroquina para casos graves do novo coronavírus (Covid-19). A afirmação foi feita neste sábado, 21, pelo secretário executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis.

O secretário, no entanto, informou que a eventual liberação das sustâncias, que pode ocorrer até o dia 24, terá caráter experimental e valerá apenas para pacientes internados em estado grave. Até lá, ele disse que ministério soltará uma nota com orientações sobre o uso das drogas  As informações são da Agência Brasil.

O secretário executivo João Gabbardo dos Reis disse que o ministério soltará uma nota com orientações sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina
Créditos: Elza Fiúza/Arquivo Agência Brasil
O secretário executivo João Gabbardo dos Reis disse que o ministério soltará uma nota com orientações sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina

João Gabbardo reiterou que os dois componentes têm efeitos colaterais fortes e não podem ser estocados para serem usados em caso de eventual gripe.

“Hoje, [os medicamentos] são usados em pesquisas clínicas, com autorização dos comitês de ética dos hospitais, em associação com outros medicamentos. Caso o Ministério da Saúde libere a prescrição, poderá ser usado para pacientes graves, internados em hospitais. Não é para ser usado por quem está gripado e acha que se tomar esse medicamento e não vai ter complicações”, disse.



Testes

A farmacêutica EMS, que produz a hidroxicloroquina no Brasil, disse vai realizar um estudo para observar a eficácia do medicamento contra o novo coronavírus. Os testes devem começar em até 30 dias e terão apoio do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, e de outras instituições de saúde.

O medicamento foi anunciado esta semana pelo presidente norte-americano, Donald Trump, como promissor no tratamento da Covid-19, após um estudo realizado com sucesso em 24 pacientes na França.

“Pelo estudo francês, há indícios de que esse medicamento reduziu a carga viral nos pacientes em um tempo menor. Mas temos que fazer testes clínicos aqui para avaliar os efeitos na população brasileira”, disse Roberto Amazonas, diretor médico-científico da EMS, em entrevista ao Valor Econômico.

O início dos testes, no entanto, depende da liberação da Comissão Nacional de Ética e Pesquisa (Conep), órgão ligado ao Conselho Nacional de Saúde. Isso pode levar um mês.

Anvisa

Apesar de promissores, ainda não existem estudos conclusivos que comprovem a eficácia do uso da hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento da Covid-19, segundo informou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

“Portanto, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, informa nota da agência.

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro determinou ao laboratório químico e farmacêutico do Exército o aumento da produção da substância.