Grávidas são orientadas a usarem máscara contra varíola do macaco

Novas orientações valem para gestantes, puérperas e lactantes

O Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica recomendando que grávidas e lactantes usem máscaras faciais para prevenção contra a varíola do macaco.

O documento também orienta que esse grupo use preservativos em qualquer tipo de contato sexual, já que o contato íntimo tem sido estudado como provável causa de transmissão no atual surto.

Governo recomenda que grávidas usem máscara para evitar varíola do macaco
Créditos: SanyaSM/istock
Governo recomenda que grávidas usem máscara para evitar varíola do macaco

“Considerando o rápido aumento do número de casos de MPX [monkeypox] no Brasil e no mundo, associado à transmissão por contato direto e, eventualmente, por via aérea, recomenda-se que as gestantes, puérperas e lactantes: mantenham uso de máscaras, principalmente em ambientes com indivíduos potencialmente contaminados com o vírus”, diz o documento.

“Usem preservativo em todos os tipos de relações sexuais (oral, vaginal, anal) uma vez que a transmissão pelo contato íntimo tem sido a mais frequente”.

A recomendação se deve por conta do risco de doença grave ser maior entre as gestantes. Além disso, crianças com menos de 8 anos e pessoas imunossuprimidas também fazem parte do grupo de risco para a varíola do macaco.

Por isso, segundo o documento, os laboratórios devem priorizar o diagnóstico dessas pessoas, “visto que complicações oculares, encefalite e óbito são mais frequentes”.

A pasta também orienta que, em casos de sintomas suspeitos, as pessoas desse grupo devem procurar ajuda médica. A a recomendação para pessoas sintomáticas é manter isolamento por 21 dias e monitorar os sinais da doença. Caso persistam, a orientação é repetir o teste.

Nos casos de gestantes com quadro moderado ou grave de varíola do macaco, o Ministério da Saúde recomenda que elas sejam hospitalizadas, “levando em consideração maior risco”.

Como ocorre  transmissão?

O surto atual é preocupante porque não é típico de surtos anteriores. Estudos estão em andamento para entender melhor a epidemiologia, fontes de infecção e padrões de transmissão. Ainda não está claro, por exemplo, se a varíola do macaco pode ser transmitida por via sexual. Estudos são necessários para entender melhor esse risco.

Mas o que se sabe até agora é que o vírus da doença é transmitido por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama.

O período de incubação do vírus (momento da exposição até o surgimento dos primeiros sintomas) é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) observou que a grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea, além de febre, fadiga, dores musculares, vômitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça.

Mas o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, chama atenção para uma apresentação diferente da doença nos casos recentes.

Varíola do macaco causa erupções cutâneas
Créditos: CDC
Varíola do macaco causa erupções cutâneas

Antes essas lesões apareciam de forma espalhada pelo corpo e em grande quantidade, agora isso não tem acontecido em todos os casos. Em vez disso, algumas pessoas diagnosticadas com varíola do macaco estão apresentando uma única mancha ou bolha.

Outros pacientes desenvolvem uma erupção cutânea localizada, muitas vezes ao redor dos órgãos genitais ou do ânus, antes de apresentarem quaisquer sintomas semelhantes aos da gripe. “E alguns nem desenvolveram esses sintomas semelhantes aos da gripe”, disse a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Rochelle Walensky, disse em um comunicado à imprensa.

Ainda segundo o CDC, muitos também não apresentaram linfonodos inchados, que é um sintoma padrão da varíola do macaco.