Imagem da Ômicron mostra mais que o dobro de mutações da Delta

Número de mutações é o mais alto já visto até agora em uma cepa do coronavírus

Cientistas italianos divulgaram a primeira imagem computadorizada que representa a estrutura da nova cepa Ômicron, classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como variante de preocupação.

O gráfico mostra que ela possui mais que o dobro de mutações da variante Delta. Veja abaixo:

Representação gráfica compara a variante Ômicron com a Delta
Créditos: divulgação/Hospital Bambino Gesù
Representação gráfica compara a variante Ômicron com a Delta

“Vê-se claramente que a variante Ômicron tem muito mais mutações do que a variante Delta (já por si muito variada), concentrada sobretudo numa área da proteína que interage com as células humanas”, afirmaram os pesquisadores do hospital Bambino Gesù, de Roma.

Esse número de mutações impressiona e preocupa a comunidade científica porque é um número considerado “extremamente alto”, nunca visto anteriormente.

Apesar disso, segundo os autores do estudo, o maior número de mutações da variante Ômicron não indica necessariamente que elas são perigosas, mas mostram que o vírus se adaptou ainda mais à espécie humana.

Ainda é cedo para dizer para saber se ela mais transmissível, se provoca sintomas mais graves e se escapa da eficácia das vacinas.  Tudo isso está sendo analisado por outros pesquisadores, conforme mais casos vão surgindo.

A maioria das mutações estão na proteína spike, parte do vírus que se liga às células humanas
Créditos: Blender Time/Pixabay
A maioria das mutações estão na proteína spike, parte do vírus que se liga às células humanas

A imagem da variante divulgada pelos cientistas italianos foi feita a partir do sequenciamento realizado por pesquisadores de Botsuana, África do Sul e Hong Kong, que compartilharam os dados com a comunidade científica.