Jornalista comemora cura do câncer em cinco noites do Rock in Rio

Andréa Alves achava que não viveria para curtir festival

Andréa Alves, jornalista de Catanduva, no interior de São Paulo (SP), provou que superação é seu sobrenome ao marcar presença no Rock in Rio 2019, que começou suas apresentações no último fim de semana.

E por que a moça resolveu curtir o show da banda Tenacious D usando pantufas de dinossauros verdes? Andréa sofre de neuropatia muscular desde abril e as pantufas foram a única alternativa que encontrou para curtir o festival até o fim sem dor.

Andréa Alves é jornalista e descobriu câncer em setembro de 2018
Créditos: Reprodução/Instagram
Andréa Alves é jornalista e descobriu câncer em setembro de 2018

“Tentei usar sapato, tênis e até chinelo, mas não deu certo […] E isolamento das pantufas é feito de pneu de caminhão. Elas não molham de jeito nenhum”, declarou ao jornal Extra.

A neuropatia surgiu como efeito colateral de um câncer no ovário descoberto em setembro de 2018. De lá para cá, a jornalista passou por três cirurgias e diversas sessões de quimioterapia até, enfim, receber alta em agosto.

Conheça os sintomas do câncer de ovário

“Sinceramente achei que não viveria para estar aqui, mas se for para morrer, melhor morrer curtindo (risos). Enfrentei muitos desafios para vir ao Rock in Rio. Perdi todo meu cabelo (que chegava na altura da cintura), senti dor e passei mal… Precisava vir ao festival para comemorar a superação do câncer”, completou.

Andréa acredita que é importante compartilhar histórias de superação para incentivar outras tantas pessoas que enfrentam o mesmo desafio: “As pessoas têm medo de falar a palavra câncer, mas elas precisam parar com isso! Câncer é uma doença e não é um atestado de óbito. É tratável e curável. Eu, que me tratei pelo SUS, estou aqui para comprovar […]”.

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Hoje passei o dia pensando que imagem eu usaria pra esse post. Ontem cheguei no Rio e fui assistir a prévia do Rock In Rio, fui sem dormir, sem comer, sem tomar banho, depois de 12h de viagem eu fui com o único objetivo, ouvir os 30 minutos de show que Elza Soares faria. Chorei por 30 minutos. Chorei porque consegui estar lá, chorei porque sobrevivi, chorei porque queria ter na vida 1% da grandeza de Elza, chorei porque a vi chorando, chorei por Ágatha e tantas outras crianças que estão sendo assassinadas, chorei porque eu me lembrei que hoje seria 25 de setembro. Há um ano eu descobri que tinha um câncer, nada oficial naquele momento, mas o tamanho do Alien (é assim que chamei e continuarei a chamar o que havia em mim) não deixava dúvidas que eu estava com um problemão em meu ovário. Nunca fui de pequenez, não teria eu um cistinho de nada. Há um ano, como todas as pessoas que recebem essa notícia, achei que tinha em mãos minha certidão de óbito. Há um ano eu entendi que eu tinha uma escolha, me entregaria ou resistiria. Há uma ano decidi que sou e sempre serei resistência. Ontem chorei porque cantei alto junto com Elza… EU NÃO VOU SUCUMBIR! EU NÃO VOU SUCUMBIR! Obrigada a todas e todos que seguraram a minha mão!!! 🌹✊🏾♥️

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