Mandetta prevê 2,3 milhões de testes; fiocruz, no entanto, projeta metade

Além da produção nacional, Ministério da Saúde projeta importação de testes sorológicos de rápida detecção

Em entrevista à imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou repasse de 2,3 milhões de testes moleculares para deteçção de coronavírus aos estados.

Apesar disso, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável pelo fabricação, anunciou a produção de apenas 30 mil testes. Projeta 50 mil até o fim de março, com a possibilidade de tripilicar a 150 mil em abril, segundo a própria instituiçaõ.

Além da fabricação própria em Bio-Manguinhos, a fundação anunciou a importação de 1 milhão de testes rápidos dos Estados Unidos. Mas, ao contrário do anunciado por Mandetta, as mostragens são sorológicas. E, por isso, dependem de uma contraprova por conta da baixa precisão de detecção.

Somados, os testes produzidos ou importados pela Fiocruz podem chegar a 1,2 milhão_metade do que foi anunciado pelo governo.

Enquanto os testes moleculares, adotados até então no Brasil, demoram mais de um dia para constatar o resultado, o sorológico pode sair em alguns minutos.

OMS recomenda maior número de testes

Desde a rápida ascensão de casos no país, o governo considerou limitar a realização de testes somente em quadros críticos_ contrariando a recomendação da Organização Mundial da Saúde, que orienta a maio quantidadae de testes possível.

Recentemente, no entanto, o Ministéri da Saúde prometeu o fornecimento de 10 milhões de testes (sorológicos) que serão distribuídos em todo país: 5 em oito e dias e mais 5 nas semans seguintes.

Testes rápidos são vistos com ressalva

Ainda de acordo com a pasta, o custo de uma unidade do teste sorológico é de R$ 75, custando ao governo R$ 750 milhões.

Testes sorológicos, contudo, são considerados arriscados pela falta de precisão nos procedimentos. Isso porque, enquanto testes moleculares analisam as partículas do vírus,  os chamados testes rápidos se reservam à análise dos anticorpos.

Em entrevista ao jornal O Globo, a infectologista Nancy Bellei, pesquisadora de vírus respiratório da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), avaliou a possibilidade. “Esse teste (o sorológico) não serve para afastar um profissional de saúde, por exemplo. Serve para inquéritos epidemiológicos e para regiões que não têm Covid-19 ou que têm muito poucos casos ).”

Com informações do jornal O Globo