Mortes por suspeita de cerveja contaminada chegam a seis em MG

A sexta vítima é um juiz do Trabalho de Belo Horizonte

Subiu para seis o número de mortos sob suspeita de intoxicação por dietilenoglicol, substância encontrada na cerveja Belorizontina, fabricada pela Backer. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 16, pela Secretaria de Saúde de Minas Gerais.

A sexta vítima é o juiz João Roberto Borges, 74 anos, cuja morte já havia sido informada oficialmente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG), onde ele trabalhava.

Garrafas da cerveja Belorizontina encontradas nas casas das vítimas continham substância tóxica
Créditos: reprodução/Instagram
Garrafas da cerveja Belorizontina encontradas nas casas das vítimas continham substância tóxica

Até agora só houve confirmação laboratorial da intoxicação por dietilenoglicol em uma morte: a vítima era um homem que morreu em 7 de janeiro. Os outros casos que resultaram em óbito ainda estão sendo examinados e são tratados oficialmente como suspeitos. No entanto, todos estão associados a sinais e sintomas compatíveis com o quadro de intoxicação por dietilenoglicol.

Segundo a Agência Brasil, além dos seis casos que resultaram em mortes, há 21 suspeitos e três com confirmação laboratorial. São 30 casos ao todo, dos quais 26 em pacientes do sexo masculino e quatro do sexo feminino.

A ingestão de dietilenoglicol afeta os rins e também pode lesar o sistema nervoso.

Sintomas

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia e sua regional, a intoxicação por dietilenoglicol, evolui em diferentes fases.

Inicialmente, surgem sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e dor abdominal. Depois, na segunda fase, que ocorre cerca de 48 horas após a ingestão da substância, há a manifestação de insuficiência renal aguda, o que faz a pessoa procurar atendimento médico.

Doença causa náusea, vômito, dor abdominal e insuficiência renal aguda grave
Créditos: magicmine/istock
Doença causa náusea, vômito, dor abdominal e insuficiência renal aguda grave

A fase neurológica, que surge com 5 a 10 dias de doença, se caracteriza por perda visual, paralisia facial e degeneração das fibras musculares, podendo causar tetraparesia, desordem que enfraquece os músculos dos quatro membros.

Embora alguns pacientes possam se recuperar por completo, muitos acabam morrendo ou evoluem com lesões renais ou neurológicas permanentes.

Não há estabelecida uma dose mínima que seja considerada tóxica e, portanto, todas as pessoas que foram expostas à substância e apresentarem os sintomas devem procurar atendimento médico.