OMS não vai recomendar vacina russa contra a covid-19

Imunizante cercado de segredos não teve os resultados dos testes divulgados, o que levanta muitas dúvidas sobre sua segurança

A Organização Mundial da Saúde (OMS) não vai recomendar a vacina da Rússia até que tenha acesso aos dados da pesquisa que avalia a eficácia e segurança da mesma. A afirmação foi feita pelo diretor-assistente da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) Jarbas Barbosa da Silva Jr., nesta terça-feira, após o governo russo anunciar aprovação do registro do primeiro imunizante contra o novo coronavírus.

“Uma vacina só pode ser aplicada em qualquer lugar do mundo depois que realizar os ensaios clínicos das fases 1, 2 e 3 e comprovar sua segurança e sua eficácia”, afirmou Barbosa.

OMS não vai recomendar vacina da Rússia sem ter acesso aos estudos
Créditos: Mr. Ilkin/istock
OMS não vai recomendar vacina da Rússia sem ter acesso aos estudos

A aprovação regulatória do imunizante foi anunciada nesta terça-feira pelo presidente russo Vladimir Putin. O país, no entanto, não divulgou os dados e outras informações técnicas relativas à imunização. Segundo um documento atualizado da OMS, a pesquisa com a vacina russa consta na primeira fase dos testes, o que indica uma possível eliminação de etapas essenciais no processo.

De acordo com diretor-assistente da Opas, além de concluir a terceira e mais decisiva fase de testes – quando a vacina é testada em milhares de voluntários -, os dados dos ensaios precisam se avaliados por autoridades regulatórios de países em que a vacina pretende ser comercializada.

No momento, a OMS lista 25 vacinas candidatas na avaliação clínica, seis delas em na última etapa de testes.  São elas: Oxford/AstraZeneca; Coronav (Sinovac/Instituto Butantan); Wuhan Sinopharm ; Beijing Sinopharm; Moderna e BioNTech/Pfizer. Dessas, três estão em testes em voluntários no Brasil.


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