Rússia aprova segunda vacina contra a covid-19

EpiVacCorona avançou pulando fases importantes de testes, assim como aconteceu com a Sputnik V

Por: Redação

A Rússia aprovou nesta terça-feira, 14, a sua segunda vacina contra a covid-19 depois de realizar os primeiros testes em 100 voluntários. Segundo os resultados preliminares dos ensaios clínicos, nenhum dos participantes apresentou efeito colateral grave no período de 23 dias.

A notícia sobre a aprovação da EpiVacCorona, como foi nomeada a vacina, foi dada pelo presidente do país, Vladimir Putin, em uma reunião de governo.

Embora a vacina tenha sido aprovada antes da fase 3 de testes ser concluída, a vice-primeira-ministra, Tatyana Golikova, disse que é a EpiVacCorona é segura e que as primeiras 60 mil doses serão produzidas em breve.

O imunizante ainda será submetido a um teste maior, realizado em 40 mil voluntários russos.

Segunda vacina russa é registrada após teste com poucos voluntários
Créditos: reprodução/Medical Unit
Segunda vacina russa é registrada após teste com poucos voluntários

A EpivacCorona foi desenvolvida pelo Instituto Vector, uma antiga fábrica ultrassecreta de pesquisas de armas biológicas soviéticas na Sibéria, que agora é um instituto de virologia.

O imunizante é feito a partir de uma tecnologia criada inicialmente para o Ebola, ele é composto por fragmentos de proteínas do vírus que são capazes de estimular o sistema imune a induzir uma resposta protetora contra a covid-19.

De acordo com Putin, o país vai aumentar a produção da primeira e da segunda vacina para inicialmente imunizar a população do país e depois atender a demanda externa.

Ainda segundo o presidente, uma terceria vacina contra o novo coronavírus está a caminho da aprovação. “Pelo que eu sei, temos uma terceira vacina a caminho: a do Centro Chumakov, da Academia Russa de Ciências”, disse.

Sputnik V

A Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra o coronavírus no mundo, a “Sputnik V”. O registro feito em agosto, entretanto, levantou muita desconfiança da comunidade científica, que argumentou que as autoridades russas estavam pulando etapas importantes dos testes, o que poderia comprometer a segurança da população.

No momento, o país vive uma fase crítica da pandemia, com recorde de novos casos e mortes causadas pelo novo coronavírus.