MAM recebe mostra sobre o corpo e suas metamorfoses

"O útero do mundo" tem inspiração em conceitos da obra de Clarice Lispector e expõe desde fotos a esculturas, passando por vídeos e performances

O corpo, seus mistérios e metamorfoses são tema da exposição “O útero do mundo“, que chega ao Museu de Arte Moderna de São Paulo com cerca de 280 obras pertencentes ao acervo do MAM.

É possível ver as obras – entre fotografias, pinturas, vídeos, gravuras, desenhos, esculturas e performances – de terça a sexta, entre 6 de setembro e 18 de dezembro, das 10h às 17h30. A entrada é Catraca Livre aos domingos e, nos demais dias, custa R$ 6.

Alguns dos artistas contemplados são Lívio Abramo, Farnese de Andrade, Claudia Andujar, Flávio de Carvalho, Sandra Cinto, Antonio Dias, Hudinilson Jr., Almir Mavignier, Cildo Meireles, Vik Muniz, Mira Schendel, Tunga e Adriana Varejão, entre outros.

Para organizar a mostra, a curadora Veronica Stigger recorreu a três conceitos extraídos da obra da escritora Clarice Lispector e que servem como fios condutores para interligar os trabalhos, separados em três núcleos: Grito ancestral, Montagem humana e Vida primária.

Abrindo a mostra, Grito ancestral contém obras que representam uma série de gritos. Nesta área estão expostos três autorretratos da série “Demônios, espelhos e máscaras celestiais”, de Arthur Omar, artista cujos trabalhos demonstram estados alterados de percepção e de exaltação. Também fazem parte a fotografia “O último grito”, de Klaus Mitteldorf e a colagem “Medusa marinara”, de Vik Muniz.

No nicho Montagem humana, o público pode conferir as obras “Mulheres”, de Flávio de Carvalho, os desenhos de Ivald Granato e as produções de Tunga, Samson Flexor e Giselda Leirner. Nas fotografias, é a falta de foco que borra o contorno da figura nas imagens de Eduardo Ruegg, Edouard Fraipont e Edgard de Souza.

Por fim, Vida Primária explora formas de vida mais elementares, como fungos, flores e folhagens. Na série “Imagens infectas”, de Dora Longo Bahia, um álbum de família é alterado pela ação de fungos. Ainda são exibidas partes do corpo como o coração feito de bronze, de autoria de José Leonilson, e a foto “Umbigo da minha mãe”, de Vilma Slomp. A vagina, porta de entrada e de saída do útero, é mostrada nas gravuras de Rosana Monnerat e de Alex Flemming, nas fotografias da série “vulvas”, de Paula Trope e no desenho “Miss Brasil 1965”, de Farnese de Andrade.