Coletivo Mjiba lança livro “Terra Fértil”, de Jenyffer Nascimento

Movimento fortalece a literatura negra e feminina das autoras das periferias de São Paulo

Por: Jéssica Balbino

Jenyffer Nascimento lança obra “Terra Fértil” (foto: Chaia Dehen)[/img]

Para a festa de lançamento, que ocorre na Ação Educativa, o evento traz música com a Fernanda Coimbra, discotecagem com a Dj Vivian Marques e dança com Débora Marçal.

Pernambucana, a escritora nasceu em um dia quente de 1984 e teve contato com a poesia na adolescência, a partir do hip-hop. Desde 2007 frequenta os saraus da periferia paulistana e se considera “definitivamente arrebatada pela força transformadora da poesia”.

“Acredito que a poesia é anterior à própria escrita. Ela nasce no olhar, nasce nas frestas, na revolta, nos amores, nos pontos de ônibus, nos muros, tudo é poesia. Chegar até o papel é só mais uma etapa… trabalhosa, sim, mas apenas mais uma etapa. Eu percebo que ainda estou me descobrindo. Gosto de escrever poesias, mas não me sinto confortável com o título de poeta. Gosto mesmo é de ser escrevinhadora. Inscrever e escrever sonhos reais e imaginários”, detalha Jenyffer.

A autora tem poesias publicadas em duas antologias: Pretextos de Mulheres Negras e Sarau do Binho, seus textos também estão vivos nos espaços de cultura que frequenta e nas redes sociais, que usa para divulgar o próprio trabalho desde 2010.

Atualmente moradora do Jardim Ibirapuera, que tem como “o melhor lugar do mundo”, tem paixão por gente e pelo Rio de Janeiro, sonha em conhecer o sertão e acredita que o coração é terra fértil, sempre.

“Às vésperas do lançamento eu me sinto muito ansiosa (risos). Há dois anos, por exemplo, lançar um livro era algo totalmente impensado por mim, por mais que eu já escrevesse. Não dimensionava a projeção que a minha escrita poderia ter para outras pessoas. A verdade é que me sinto privilegiada em ter sido convidada pelo Coletivo Mjiba. Elas que como irmãs pegaram na minha mão e me encorajaram a parir esse filho-livro. Sinto que represento outras além de mim, afinal, quantas mulheres negras e periféricas você conhece que estão lançando livros de poesia? Sinto uma tremenda responsabilidade por representar as mulheres, em especial as negras, periféricas e suburbanas”, pontua.