Hip hop é destaque na programação de abril do Sesc Campo Limpo

Destaque para homenagem aos rappers Nelson Triunfo e Sabotage em noite de muita discotecagem

Durante o mês de abril, o Sesc Campo Limpo vai ser o centro das atenções no universo do hip hop. Diversas manifestações artísticas, como música, cinema, literatura, dança e teatro vão ser a base da programação, tudo voltado à cultura negra. Todas as atividades têm entrada Catraca Livre.

Confira abaixo a programação completa:

Música

10/04. Sexta, às 20h – Discotecagem Triunfo e Sabotage
Com KL Jay (Racionais MCs) e participação de Rappin Hood e Sandrão RZO.

Baile com DJs homenageando dois personagens do Hip Hop nacional: Nelson Triunfo e Sabotage. Discotecagem de KL Jay (Racionais MCs) com as participações especiais de Rappin Hood e Sandrão RZO. KL Jay – Kleber Simões começou sua carreira em 1987, e juntamente com Edi Rock, Mano Brown e Ice Blue, fundou o Racionais MC’s em 1989.

Com o rapper Xis criou a gravadora que depois se tornou produtora de eventos e confecção conhecida como 4P, lançando seu álbum solo: Na Batida volume 3 – Equilíbrio, a busca – que conta com a participação de vários artistas do meio HipHop.

KL Jay também é sócio da gravadora Cosa Nostra juntamente com o Racionais MCs e possui seu selo individual, com o mesmo nome de seu álbum solo – Equilíbrio –, que já lançou os álbuns de Sistema Negro, Cagêbe e Relatos Da Invasão.

10/04. Sexta, às 19h – Bate-Papo Triunfo e Sabotage
O bate-papo discute o processo de produção das biografias e sua abordagem em diferentes linguagens (livro e cinema), além de contar sobre as trajetórias de Triunfo e Sabotage. Mediado por Paulo Brown (rádio 105 fm) com a participação dos escritores Gilberto Yoshinaga (autor da biografia de Triunfo – Do Sertão ao Hip Hop), Toni C (autor da biografia de Sabotage “Um bom lugar”), Ivan 13P, cineasta responsável pelo filme “Sabotage – Maestro do Canão” e os protagonistas Nelson Triunfo e Wanderson “Sabotinha” (filho de Sabotage).

11/04. Sábado, às 20h30 – Show: Versão Popular e Poesia Samba Soul
Neste encontro teremos os dois grupos no mesmo palco dividindo seus versos e poesias musicais. A união tem como proposta trazer um show composto por samba soul, groove, samba-rock e hip hop. A Banda Poesia Samba Soul iniciou no ano de 1989 em São Paulo, e está lançando seu novo álbum intitulado ”Favela da Paz”. O Versão Popular começou seu trabalho em 1999, tendo um álbum gravado, “Quem viu viu” (2010), e participando de diversos projetos como Encontros Rap, Sarau da Cooperifa, Projeto Antiduto, Reis da Rua, entre outros.

12/04. Domingo, às 16h – Show: MC Ralph e Coletivo
O rapper, jornalista, pesquisador musical, e compositor junto com o Coletivo, busca ampliar o conceito e os desdobramentos do rap brasileiro, apresentando neste show uma sonoridade composta por banda e DJ. Ralph é MC desde 1999, já lançou cinco álbuns e é conhecido pela arte do freestyle, tendo sido campeão da batalha de MCs do prêmio Hutuz. Militante do movimento Hip Hop no Vale do Paraíba-SP, busca preservar esta cultura quebrando preconceitos e mostrando um trabalho inovador.

25/04. Sábado, às 20h – Show: Nelson Triunfo – participação de Mano Brown e Flora Matos
Neste espetáculo, Nelson Trinfo, umas das referências do Hip Hop nacional mostra composições de seu novo álbum, “Do Soul ao Hip Hop”, que foi produzido pelos irmãos Renato e Ronaldo Gama (Nhocuné Soul). Acompanhado pela banda Sertão Black, conta com as participações de Mano Brown (Racionais MCs) e Flora Matos.

8 e 9/04. Quarta e quinta, às 19h – Vivência: Discotecagem
A vivência apresenta as técnicas e efeitos dos toca discos no vinil, assim como as técnicas atuais com softwares específicos para DJs. Com o Dj Slick que é disk jokey desde 1990, quando fundou o grupo de rap DMN, cuja discografia soma cinco discos. Tem experiência como educador, desde 1996. Além de tocar em festas e eventos, participa de projetos como o Quilombo Axé e pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, fazendo apresentações para os Quilombos Paraty, Eldorado, Pernambuco, Porto Alegre e Bahia.
Retirada de ingresso com 1h de antecedência.

15 e 16/04. Quarta e quinta, às 19h – Vivência: Versos e Rimas
A partir da discussão de repertório de letras de rap, a vivência aborda técnicas da construção de estilos, levadas, rimas e versos. Com EllyPretoriginal – rimador, produtor e compositor. Possui um álbum solo gravado, Acerto de Contas, tendo feito parcerias com Xis, Dentinho, Diogo Poças, entre outros, além de desenvolver trabalhos sociais, palestras e oficinas pelas periferias do Brasil.
Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência.

Teatro

Espetáculo: Barraco de Pedra
11/04. Sábado, às 19h
17/04. Sexta, às 20h30

O espetáculo teatral do Coletivo Favela em Cena, narra a história de um jovem que relembra acontecimentos de sua vida e experiências na periferia. Com apenas um ator em cena, um DJ e uma lona como cenário, o espetáculo fala sobre crime, amor e família com narrativas duras e singelas de um universo periférico da cidade de São Paulo.
Ficha Técnica
Texto e atuação: William Felix Gutierre
Discotecagem ao vivo: DJ Pow
Direção: André Persant
Concepção geral: Coletivo Favela em Cena
Produção: Coletivo Favela em Cena
Duração: 65 minutos. Não recomendado para menores de 14.

Dança

Espetáculo: Urbanóides 2.0
21/04. Terça, às 19h

Os grandes centros urbanos exercem poder sobre as pessoas, capturando-as e seduzindo-as em busca de seus sonhos, em uma vida entregue ao trabalho no tempo implacável que envelhece a cidade. Com o quê ou com quem se importa? O que faz a diferença ou que diferença faz? Meio homem, meio andróide. Uma identidade que tão fácil se corrompe, permitindo que seus desejos ajam sobre si sufocando sua pulsão de vida e sua libido. Reduzindo os corpos vazios perambulando pela cidade, controlados pelo desejo que os conduzem ao caminho de uma civilização “ideal”. O que os transformam em Urbanoides?
Com Discípulos do Ritmo.

Intervenção: Nos Tempos da São Bento
25/04. Sábado, às 18h30h

Intervenção que conta um pouco da história de lutas e resistências de dançarinos que marcaram época, criando bases para a cultura urbana contemporânea. Com Marcelinho Back Spin que, com outros dançarinos, transformou a Estação São Bento no berço do hip hop nacional.
Grátis. Livre. Retirada de ingresso com 1h de antecedência.

Vivência: Nos Tempos da São Bento
25/04. Sábado, às 15h

Vivência na qual Marcelinho Back Spin, dançarino de hip hop, irá abordar uma breve história do movimento cultural na Estação São Bento, que transformou-se no berço do hip hop nacional por meio das intervenções dele e de outros dançarinos. Além de tratar sobre os fundamentos e técnicas das danças Poppin, Roboting e Locking.
Grátis. Livre. Retirada de ingressos com 1 hora de antecedência.

Vivência: Break Dance
22 a 23/04. Quarta e quinta, às 19h

Discussão sobre a história e o efeito do break na dança atual, e apresentação de seus movimentos básicos. B-boying, Popping e Locking são denominações dadas às danças de Break Dance, que apesar de terem a mesma origem, são de lugares distintos e apresentam influências variadas. Com o B.boy Aranha (Michael Nunes de Oliveira) – iniciou na dança aos 15 anos, participou de diversas competições e ministrou aulas no Brasil, na Polônia, em Portugal, na Itália e na Bolívia.
Retirada de ingresso com 1h de antecedência.

Artes Visuais

Oficina: Customização de Tênis
10 e 24/04. Sextas, às 18h30

Utilizando um tênis (novo ou usado) o participante aprenderá técnicas de aplicação para recriar ou reutilizar o calçado. A partir de imagens de inspiração, poderá elaborar um projeto desenvolvendo a pesquisa de formas, volumes, cores e materiais para aplicar no desenvolvimento de produtos. Com Ateliê ModaImagem, que oferece cursos das várias áreas de moda. O participante deve levar um calçado. Inscrições a partir de 1º de abril na Central de Atendimento.

Ateliê aberto: Grafittando
01 e 02/04. Quarta e quinta, às 19h.

Introdução ao universo do grafite por meio de técnicas como o stencil e estilo livre, apresentando bases de letras e de personagens. Com Ricardo Anão – nascido em Santo André, foi influenciado por alguns artistas do ABC e iniciou no graffiti com os desenhos denominados cartoons. A partir de 2010, com a técnica já desenvolvida, estabeleceu para seus trabalhos o estilo “realismo”, no qual a arte imita, da forma mais próxima possível, a realidade. Passou a ministrar oficinas de graffiti em escolas públicas e workshops. Participou da campanha Tinta Contra o Câncer, do Hospital A.C. Camargo, além de ministrar palestras sobre a importância do grafitti no desenvolvimento dos jovens.
Retirada de ingressos 1 hora antes.

Ateliê aberto: Encontro de grafite
04/04. Sábado, às 15h

Criação e experimentação das técnicas de grafite com mediação de instrutores. Com Ricardo Anão – nascido em Santo André, foi influenciado por alguns artistas do ABC e iniciou no graffiti com os desenhos denominados cartoons. A partir de 2010, com a técnica já desenvolvida, estabeleceu para seus trabalhos o estilo “realismo”, no qual a arte imita a realidade, da forma mais próxima possível. Passou a ministrar oficinas de graffiti em escolas públicas e workshops. Teve participação como a campanha Tinta Contra o Câncer, do Hospital A.C. Camargo, além de ministrar palestras sobre a importância do grafitti no desenvolvimento dos jovens.
Retirada de ingresso com 1h de antecedência.

Literatura

Leitura literária: Marcello Gugu
18/04. Sábado, às 18h30

Integrante do coletivo Afrika Kidz Crew e responsável pela Batalha do Santa Cruz, autor do disco solo “Até Que Enfim GuGu”, o rapper Marcello Gugu irá recriar “Quarto de Despejo”, de Carolina Maria de Jesus. O clássico trata da dura rotina da vida da mulher, que era catadora de papel, na comunidade do Canindé, local em que viveu na década de 60. A releitura foi musicada por Marcello Gugu em parceria com Diamantee, produtor musical e Dj que o acompanha. As trilhas compostas por chorinhos, seguem um padrão denso e triste a fim de transferir para o emocional do espectador o estado de desespero e abandono em que a autora vivia.

Cinema

Exibição: Branco Sai, Preto Fica
07 e 28 de abril. Terças, às 20h

O filme cria suas imagens e sons a partir de uma história trágica: dois homens negros, moradores da maior periferia de Brasília, ficam marcados para sempre graças a uma ação criminosa de uma polícia racista e territorialista da Capital Federal. Essa polícia invade um baile black. Tiros, correria e a consumação da tragédia: um homem fica para sempre na cadeira de rodas, o outro perde a perna após um cavalo da polícia montada cair sobre ele.

Mas esses homens não se sentem confortados em contar a história de maneira direta e jornalística. Eles querem fabular, querem outras possibilidades de narrar o passado, abrindo para um presente cheio de aventuras e ressignificações, propondo um futuro. Filme recebeu menção honrosa na Mostra de Cinema de Tiradentes e foi vencedor de 11 prêmios, inclusive Melhor filme, no 47º Festival de Brasília do Cinema.
Direção: Adirley Queirós
Brasil, 2014. Documentário. 93 minutos. Livre. Classificação indicativa: 12 anos.