Luz, câmera, pós-produção na Cinemateca

Palestras e mesas de debate abordam mudanças na pós-produção áudiovisual

divulgação
Especialistas destacam a importância da criatividade na pós-produção

O termo “pós-produção” começou a ganhar destaque a partir dos anos 1950, para descrever o processo sucessor da captação de imagens e sons.

É nesta etapa em que as as cores são ajustadas, os efeitos especiais e trilhas sonoras são feitos e em sequência, a distribuição, divulgação e transmissão do filme são feitos. A criatividade no processo de pós-produção se tornou decisiva para um resultado final de sucesso.

A Cinemateca Brasileira traz o “Simpósio a Pós-Produção Criativa”, que conta com especialistas e a discussão sobre as mudanças nos processos finais da produção audiovisual.

De 9 a 12 de novembro, o espaço promove palestra de abertura e seis mesas de debate com especialistas e profissionais de cinema do mundo todo. Para participar, é necessário se inscrever com antecedência por email contendo o nome completo, profissão, data de nascimento, RG e telefone. Além disso, o evento pode ser conferido via streaming no site da Cinemateca.

Todas as palestras terão tradução simultânea do inglês para o português e serão transmitidas via streaming no site da Cinemateca.  A coordenação é de Maria Dora Mourão, presidente da Sociedade Amigos da Cinemateca e professora de montagem no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão da ECA-USP, e por Roger Crittenden, montador de cinema e televisão e professor da National Film and Television School, na Inglaterra.

Confira abaixo a programação completa por dia:

Dia 9

Às 20h

Palestra De Abertura – O Papel Criativo Do Montador
Com: Roger Crittenden (Inglaterra) e Eduardo Escorel (Brasil).

Desde pelo menos os anos 1960, o caráter autoral de um filme tem sido visto como resultado do trabalho de roteiristas e diretores. Entretanto, não é verdade que o sucesso de um filme também depende da contribuição criativa de todos os outros profissionais envolvidos na realização da obra? Dentre estes, poucos desempenham um papel tão importante e decisivo quanto os editores. É na ilha de edição que as imagens e sons captados finalmente são combinados para construir uma narrativa. É por meio da colaboração do editor que um filme ganha sua estrutura narrativa final, seu ritmo e sua atmosfera. Nesta palestra de abertura, dois profissionais com vasta experiência na área partilham um pouco de seu conhecimento e ajudam a compreender a verdadeira natureza e importância da contribuição criativa de editores para o resultado final de um produto audiovisual.

Dia 10

Às 10h

Mesa 1 – Montagem Clássica Versus Montagem Não-Clássica
Com: Yann Dedet (França), Roberto Perpignani (Itália) e Maria Dora Mourão (Brasil)

Na realização cinematográfica, sempre coexistiram duas abordagens possíveis para o trabalho dos montadores. A mais comum delas é a tradicional ou narrativa, focada em narrar uma história de maneira direta e tão linear quanto possível.  Já os montadores que trabalham em filmes experimentais, independentes ou simplesmente não-convencionais sempre recorreram a uma abordagem diversa, mais intuitiva para dar aos seus trabalhos um aspecto distinto. Isto é o que podemos chamar de montagem não-clássica ou moderna. Nesta mesa, as diferenças e semelhanças entre estas duas abordagens serão discutidas por montadores com experiência em ambas. O debate se propõe a opor os padrões tradicionais de narrativa e montagem a formas mais livres de edição e estruturas narrativas menos padronizadas, enfatizando a forma como estas atitudes foram afetadas pela emergência das novas tecnologias de edição digital.

Às 14h30

Mesa 2 – Montagem E Pós-Produção No Cinema Documentário
Com: David Charap (Inglaterrta), Eduardo Escorel (Brasil) e Vânia Debs (Brasil)

Lidando essencialmente com fatos, o cinema documentário guarda particularidades relativas ao seu processo de concepção, produção e finalização que não podem ser ignorados. Será possível que estes procedimentos específicos também tenham sido transformados pelas novas tecnologias digitais envolvidas nas etapas de pós-produção da realização de documentários? Se o montador desempenha um papel criativo no resultado de qualquer filme, como se dá esta contribuição em se tratando de retratar a realidade? Teria o amplo acesso a arquivos fílmicos, bem como as infinitas possibilidades oferecidas pela captação em mídias digitais de imagens e sons do mundo, alterado a maneira como os montadores de documentários desempenham sua tarefa? Tomando estas questões como ponto de partida, esta mesa tem por objetivo discutir aspectos relevantes dos procedimentos de montagem e pós-produção no caso específico da produção de filmes documentários.

Dia 11

Às 10h

Mesa 3 – Cinematografia Na Era Da Pós-Produção Digital
Com: Cesar Charlone (Uruguai-Brasil), Curtis Clark (Estados Unidos) e José Francisco Neto (Brasil)

Será apresentado um panorama dos últimos desdobramentos do avanço no processo de captação de imagens, assim como equipamentos e formatos recentemente lançados ou ainda em desenvolvimento. Além disso, a mesa busca discutir o papel de diretores de fotografia neste cenário atual, em que a tecnologia digital permite aos realizadores deixar uma série de decisões relativas aos aspectos visuais de seus filmes para as etapas da pós-produção.

Às 14h30

Mesa 4 – Cinematografia e restauração digital
Com: Davide Pozzi (Itália), Lauro escorel (Brasil) e Patricia De Filippi (Brasil)

Centrando-se nos novos processos e tecnologias envolvidos na restauração digital de filmes antigos, que têm se provado úteis na recuperação – e, em muitos casos, alteração ou recriação – da cinematografia original de uma obra audiovisual, a proposta é debater com especialistas no assunto, uma introdução em profundidade às questões ligadas à aplicação da tecnologia digital à realidade dos profissionais envolvidos em restauração e preservação da memória da produção audiovisual.

Dia 12

Às 10h

Mesa 5 – Som E Música Na Era Da Pós-Produção Digital
Com: Larry Sider (Inglaterra), Annabelle Pangborn (Inglaterra), Antonio Pinto (Brasil) e Eduardo Santos Mendes (Brasil)

O objetivo é a discussão de questões ligadas ao uso contemporâneo do som e da música na produção audiovisual digital, tais como a integração da faixa de áudio ao filme como um todo, o papel narrativo dos efeitos sonoros e da música, os novos problemas de direitos autorais suscitados pela digitalização de arquivos musicais e a contribuição criativa de sound designers, editores de som e compositores para o resultado final de uma obra audiovisual.

Às 14h30

Mesa 6 – A Palavra Escrita Versus O Corte Final: Roteiro E Montagem
Com: Roger Crittenden (Inglaterra), Mick Audsley (Inglaterra), Sylvia Ingemarsdotter (Suécia) e Luiz Bolognesi (Brasil)

Reunindo roteiristas e editores de diferentes nacionalidades e trajetórias, a mesa tem por objetivo abordar a relação entre a versão escrita e o corte final de um filme, enfatizando o papel criativo do montador, que frequentemente pode mudar a estrutura original do roteiro ao alterar a ordem de seqüências, subdividir cenas e aplicar outros procedimentos de edição capazes de modificar o fluxo da narrativa.

 

Por Redação