SESC Pompéia recebe evento internacional de arquitetura, urbanismo e arte

O Mube, em Sâo Paulo, é um dos projetos de Paulo Mendes da Rocha, que realizará a palestra de abertura do Ideas City

Entre os dias 25 e 27, no Sesc Pompéia, acontecerá o Ideas City: São Paulo, evento que discute o futuro das cidades com a arte e a cultura como pilares centrais para os centros urbanos. Participarão das atividades arquitetos, urbanistas, artistas, curadores, designers e ativistas internacionais.

A atividade acontece paralelamente à X Bienal de Arquitetura de São Paulo, que também tem programação no Sesc Pompéia.

Na abertura do evento, no dia 25, às 19h, o consagrado arquiteto Paulo Mendes da Rocha ministrará palestra.

Confira programação completa.

[tab:Sexta-feira, 25 de outubro, 19h, com Paulo Mendes da Rocha]

Único arquiteto brasileiro a receber os prêmios Mies van der Rohe Award (2000) e o Pritzker de Arquitetura (2006) e cujas extraordinárias contribuições mudaram dramaticamente a paisagem urbana do país.

Paulo Mendes da Rocha

Paulo Mendes da Rocha é um dos maiores arquitetos do mundo. Ele, merecidamente, ganhou dois dos mais importantes prêmios da arquitetura, o Mies van der Rohe, em 2000, e o Pritzker, em 2006. Sua carreira começou com uma explosão de criatividade quando, aos 30 anos, estabeleceu sua prática em São Paulo e venceu um concurso para projetar o hoje famoso Club Athletico Paulistano. Além de anunciar sua presença como uma nova força na “Escola Paulista” de arquitetura, logo ficou evidente que ele também era um importante arquiteto brasileiro. A lista das suas criações é extensa e inclui um currículo repleto de inovação e graça. Paulo Mendes da Rocha é pragmático e humanista, qualidades que o tornaram um incrível professor desde sua primeira passagem pela Universidade de São Paulo (USP) no início da década de 60 até 1969 (quando foi expulso pela ditadura militar). Ele retornou à Universidade em 1980, onde continuou a libertar as mentes dos seus alunos. Ele afirmou: “Para mim, a arquitetura não é sobre a técnica, a própria arquitetura é a técnica. Não se trata deste material ou desta tecnologia. A técnica não é a oportunidade de usar novos materiais, mas, sim, lidar com e organizar os recursos certos. Isto é arquitetura: a organização e a aplicação do conhecimento técnico, sempre, de uma forma adequada e, possivelmente, singular.”*

*Paulo Mendes da Rocha em conversa com Ruth Verde Zein, Revista BOMB 102 (Inverno/2008).

[tab:Sábado, 26 de outubro, 10h-11h – CONVERSA 1: Canalizando a Resistência: A Raiva Como Capital Inexplorado]

Como a resistência e a raiva podem ser usadas a favor da criação de redes e de mobilização para melhoria das cidades? Este é um dos temas a serem discutidos por Teddy Cruz e Adam Greenfield.

Participantes:

Teddy Cruz

É conhecido pelas pesquisas sobre a fronteira San Diego (EUA)/Tijuana (México), em que identifica os bairros fronteiriços como locais de produção cultural a partir dos quais é possível repensar políticas urbanas, habitação acessível e infraestrutura cívica. Em 2008 foi escolhido para representar os EUA na Bienal de Arquitetura de Veneza, e em 2011 recebeu o Visionaries Award, da Fundação Ford. É professor de cultura pública e urbanismo na Universidade da Califórnia-San Diego, onde fundou o Center for Urban Ecologies.

Adam Greenfield

Fundador e diretor da Urbanscale, é escritor e urbanista em Nova Iorque. Entre seus livros estão Everyware: The Dawning Age of Ubiquitous Computing (2006) e The City is Here for You to Use, no prelo. Com a esposa, a artista Nurri Kim, é cofundador do “Do projects”, que desde 2010 realiza caminhadas inovadoras voltadas a investigar as maneiras pelas quais as redes digitais reúnem informações das ruas e as devolvem a elas. Leciona no curso de pós-graduação do Programa de Telecomunicações Interativas da Universidade de Nova Iorque.

O centro das cidades e a disputa pelo seu território, com governos, cidadãos, construtores e artistas disputando seu espaço. Quais as forças a agirem pelo controle do centro e quais são as soluções para que esse espaço não se torne um amálgama de intervenções, ora públicas, ora privadas para supostas melhorias são alguns questionamentos a serem feitos.

Mediador:

Guilherme Wisnik

Historiador da arquitetura, é curador do projeto de arte pública “Margem” (2010), do “Rio Oir”, com Cildo Meireles (2011), e da X Bienal de Arquitetura de São Paulo.

Participantes:

Yaşar A. Adanali

É pesquisador urbano, blogueiro e ativista em Istambul. Além de em Istambul, vem trabalhando em cidades da América Latina, da África e do Oriente Médio. Recebeu o Prêmio de Jornalismo de Planejamento Urbano da Câmara Turca de Planejadores Urbanos em 2011.

Ana Paula Cohen

É curadora independente, editora e escritora. É professora visitante no California College of the Arts, de São Francisco, e também foi curadora, com Ivo Mesquita, da 28ª Bienal de São Paulo: “Em contato vivo” (2008).

Suketu Mehta

Residente em Nova Iorque, é autor de Maximum City: Bombay Lost and Found (2005), finalista do Prêmio Pulitzer de 2005. É professor associado de Jornalismo da Universidade de Nova Iorque. Atualmente trabalha num livro de não ficção sobre imigrantes na Nova Iorque de hoje, para o qual recebeu uma bolsa Guggenheim em 2007.

Charles Renfro

É sócio da Diller Scofidio + Renfro, que segundo a Fast Company tem a prática de design mais inovadora da profissão e é uma das cinquenta empresas mais inovadoras do mundo. Faz parte do corpo docente da Universidade de Columbia.

Uma interrupção interrogativa de uma das parceiras no IDEAS CITY, Eva Franch i Gilabert.

Eva Franch i Gilabert

É diretora executiva e curadora chefe da Storefront for Art and Architecture, de Nova Iorque e do Pavilhão dos EUA na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2014.

A tecnologia não tem bússola moral. Não é nem boa nem má. É o que faz com que o ponteiro da bússola gire descontroladamente. Qual é a nossa relação com a tecnologia e o que queremos fazer com ela? Ela está aí para todos, e suas aplicações mudam a cada segundo. Nos clusters sob a nuvem as pessoas estão pensando sobre onde estamos e para onde podemos ir. Já chegamos à realidade da incorporação de todos pela inclusão na rede social ou trata-se de uma alucinação em massa?

Mediador:

Arto Lindsay

Arto Lindsay é compositor, cantor, guitarrista, artista e produtor. Gravou onze discos solo e vários outros com as bandas DNA, Lounge Lizards, Golden Palominos e Ambitious Lovers. Produziu discos para Caetano Veloso, Marisa Monte, Laurie Anderson e David Byrne, além de colaborar com artistas como Vito Acconci, Dominique Gonzalez-Foerster e Rirkrit Tiravanija. Arto Lindsay também cria instalações performáticas e desfiles de rua. Combinando diversos elementos (música, tecnologia, coreografia), os desfiles começaram como uma parceria com Matthew Barney e continuam até hoje com um desfile criado exclusivamente para o 33º Panorama da Arte Brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Participantes:

Giselle Beiguelman

É artista de mídia e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Seu trabalho inclui intervenções em espaços públicos, projetos em rede e aplicações de arte móvel. Já expôs na Alemanha, Estados Unidos e na Bienal de São Paulo. É editora da revista seLecT.

Carlos Leite

Arquiteto e urbanista, é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e coordenador do Laboratório de Territórios Informais Inteligentes da Universidade Presbiteriana. É autor de Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes, publicado em 2012.

Jillian C. York

É diretora internacional para a Liberdade de Expressão da Fundação Electronic Frontier. Seu trabalho se centra na liberdade de expressão, principalmente no mundo árabe. Escreveu para muitas publicações, entre as quais a Al Jazira, The Atlantic, The Guardian, Foreign Policy e CNN.

[tab:Sábado, 26 de outubro, 18h–19h – CONVERSA 2 – Adotando a Provocação: As Artes e a Criação da Identidade]

As intrínsecas relações entre geografia e arte e o papel do espaço na criação são os temas discutidos nesta mesa. A influência das cidades na criação artística e o modo como os artistas criam um estilo a partir da cidade em que estão.

Jac Leirner

Jac Leirner nasceu em São Paulo, local que continua a ser seu centro de atividades. Suas obras integram os acervos da Tate Modern, de Londres; do Museu de Arte Moderna (MoMA) e do Guggenheim, de Nova Iorque; do Walker Art Center, de Minneapolis; e do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Participou da Bienal de Veneza, da Bienal de São Paulo e da Documenta, na Alemanha.

Jonathas de Andrade

Mora e trabalha em Recife. Atualmente participa da 12ª Bienal de Lyon (2013); participou da 2ª Trienal do New Museum (2012), da 12ª Bienal de Istambul (2011), da 29ª Bienal de São Paulo (2010) e da 7ª Bienal do Mercosul (2009).

Lucia Koch

Nasceu em Porto Alegre e mora e trabalha em São Paulo. Participou da 11ª Bienal de Sharjah (2013), da 11ª Bienal de Lyon (2011), da 27ª Bienal de São Paulo (2006), da Bienal do Mercosul (1999, 2007, 2013) e da 8ª Bienal de Istambul (2003).

As Oficinas IDEAS CITY vão explorar o Capital Inexplorado discutido nos painéis em um nível mais pragmático e popular, com artistas regionais, arquitetos, designers, urbanistas, técnicos, sociólogos, empresários, defensores comunitários e estudantes. Serão realizadas em uma prática inovadora de “group-sourcing” – produção de conhecimento em grupo –, com seis coordenadores em duas sessões seguidas de um debate entre os participantes. Os workshops são fechados ao público. No entanto, há um número limitado de vagas para ouvintes. Caso queira se inscrever como ouvinte, escreva para icsp@ideas-city.org.

Coordenadores das Oficinas:

Fernanda Brenner, artista, fundadora e diretora do Pivô

Martin Corullon, arquiteto e fundador da METRO Arquitetos

Renato Cymbalista, professor de História Urbana da FAU-USP

Daniel Lima, artista e ativista

Ligia Nobre, historiadora de Arquitetura e co-curadora da X Bienal de Arquitetura de São Paulo

Benjamin Seroussi, curador e membro do Conselho Consultivo da Casa do Povo