Acompanhe as paredes cinzas de SP ganhando cor

Duas ações estão dando um pouco de cor a São Paulo; confira onde encontrar artistas dando vida nova aos muros e paredes da cidade

São Paulo é mundialmente conhecida por seus graffitis. Lugares como o Beco do Batman e a Avenida 23 de Maio são pontos obrigatórios para quem quer ver um pouco da arte urbana local. Mas quase sempre as atrações já estão prontas, na parede. É difícil acompanhar o processo de criação. A não ser que você saiba para onde ir.

Chega de cinza

Duas ações que acontecem atualmente na cidade são boas opções para quem tem a curiosidade de saber como a tinta sai das latas para os muros cinzas. Uma delas é a “Artepolis”, uma ação realizada por 36 artistas que se uniram para pintar 400 metros da via que liga as regiões leste e oeste da cidade (mapa abaixo).

O local, que passa por debaixo de três ruas famosas da Liberdade (Galvão Bueno, da Glória e Conselheiro Furtado), está sendo pintado desde a última segunda, dia 15, e deve continuar recebendo artistas e cores até o final da próxima semana, dia 28. A pintura dos murais acontece durante a noite, das 22h às 4h.

O Artepolis é resultado de uma parceria entre artistas, Prefeitura e Tintas Coral. O espaço escolhido havia sido pintado de cinza para a Copa do Mundo, em ação da Prefeitura que recebeu muitas críticas por cobrir com tinta cinza trabalhos antigos do local sem seguir nenhum critério específico.

Arte e moradia

Outra opção para ver os grafiteiros em ação é o Conjunto Habitacional Parque do Gato, no Bom Retiro. Após um processo de revitalização no ano passado que deu cor a algumas empenas do local, um grupo de dez grafiteiros faz agora a pintura dos paredões dos prédios.

A ação está sendo realizada através do VAI, programa da Prefeitura de São Paulo que abre editais para financiar iniciativas culturais populares na cidade. Os grafiteiros e os desenhos foram escolhidos pelos próprios moradores em um concurso.

As pinturas começaram na segunda-feira, dia 15, e vão até o dia 15 de outubro. Os artistas costumam ficar do local das 10h às 19h todos os dias da semana e contam até com a ajuda das crianças do local. “Como nós já estivemos aqui ano passado, os moradores ficam mais a vontade”, explica Mundano, um dos artistas que tocam o projeto. “As crianças até já pegam o giz e começam a desenhar no chão”.