Mostra ‘Vozes Texteis’ de Claudia Mattos fica em cartaz até 14 de dezembro
“Alguém já disse que o tecido é a segunda pele da humanidade. Se é assim, temos aqui uma pele em plena vitalidade e vibração. A harmonia das cores, formas e padrões nos remete a mundos melhores, mais habitáveis, nos quais a beleza é o valor primordial. Como um Klimt e sua exigência do belo em cada detalhe do cotidiano, como um Hokusai no aprendizado da graça natural.
Neste que já era um mundo da fina estampa, vemos agora aflorar a busca pela textura e tridimensionalidade, como se a epiderme têxtil estivesse ganhando uma dimensão ainda mais corpórea. Com isso, se revela, em definitivo, a natureza profundamente feminina de tal universo: às linhas curvilíneas se somam rendas e brilhos, multiplicam-se os motivos orgânicos, o gesto que tinge-recorta-alinhava torna-se ainda mais sutil. Pinta-se com seda, flora-se com linhas.
Pele suave e mundo generoso: irrecusável o convite para dançar ao som dessas vozes têxteis.”