Abolicionista negra considerada a primeira romancista do Brasil
Nascida em 11 de março de 1822, filha de pai negro e mãe branca, Maria Firmina é a primeira mulher a publicar um romance no Brasil.
Firmina carregou o estigma de mulata e foi criada com poucos recursos em uma pequena cidade no interior do Maranhão.
É autora de “Úrsula”, livro publicado em 1859, escrito com o pseudônimo "uma maranhense". A obra é pioneira na crítica antiescravista da literatura do país.
Uma ruptura dentro do contexto escravocrata, uma vez que a escrita literária feminina era praticamente inexistente na época.
O livro, então precursor da temática abolicionista, apresenta personagens negros como figuras humanizadas, sujeitos de sua história.
Sua narrativa contra a escravidão surgiu antes mesmo de “O Navio Negreiro”, de Castro Alves, publicado em 1880.
Entre barreiras raciais, sociais e de gênero, Maria Firmina tornou-se professora de escola primária em 1847.
Ela foi a primeira mulher a passar num concurso público para o cargo de professora do ensino primário, no município de Guimarães, no Maranhão.
Maria Firmina também foi a primeira mulher a criar uma escola mista em 1881, onde meninas e meninos estudavam juntos.
Anos mais tarde, publicou as obras “Gupeva” (1861) e “A Escrava” (1887), com críticas fervorosas ao escravismo.
Entre poesias, ensaios, histórias e quebra-cabeças em jornais e revistas locais, compôs o "Hino de Libertação dos Escravos", em 1888.
A escritora faleceu em 1917. Sua obra, esquecida por mais de um século, foi redescoberta por um historiador em 1960.
Que a voz de mulheres negras como a Maria Firmina dos Reis atravesse gerações e inspire revoluções!