19 regras de ouro para se tornar um youtuber de viagens

O Dubbi  conversou com alguns youtubers e mostra o que é preciso para criar seu próprio canal

Tornar-se um youtuber hoje é um sonho de crianças, adolescentes e adultos. Não importa a sua especialidade: muitas pessoas sonham em abrir um canal para contar aquilo que sabe fazer de melhor –e, claro, ganhar inscritos. E no mundo das viagens não é diferente: cada vez mais surgem canais no YouTube voltados a viajantes.

A youtuber Nina Ferreira, que criu seu canal antes de ir para a Austrália fazer intercâmbio

O Dubbi, plataforma colaborativa de viajantes, conversou com alguns youtubers e mostra o que é preciso para criar seu próprio canal.

Motivação

Muitos canais só começam depois da notícia de um grande evento. Caso de Nina Ferreira, que criou o seu um mês antes do embarque para um intercâmbio na Austrália, em 2015. “Era uma fase de ansiedade. Resolvi criar o canal e um blog para dividir esse momento com outras pessoas que estavam passando pelo mesmo processo”, conta.

Oportunidade

A youtuber Nina Ferreira

Antes de criar seu canal, assista a outros do seu segmento –no caso, de viajantes. Reúna informações sobre eles e faça como a Nina Ferreira, que percebeu vários canais com “vídeos longos e cansativos”. Por isso ela resolveu fazer um estilo diferente, com vídeos mais curtos e mais dinâmicos.

Redes sociais

Não basta estar só no YouTube. Um youtuber precisa ser multimídia. E os números de Marcos Vaz, do Vaz Aonde, não deixam mentir. “13% das minhas visualizações vêm de fora do YouTube, sendo 20% do blog e 16% do Facebook. Além disso o Instagram ajuda a trazer inscritos para o canal”, diz.

Rafael Incao, do Viajantes Aprendizes, também trabalha paralelamente em outras redes sociais, além de se dedicar a sua empresa digital, em que dá cursos e palestras sobre o tema viajante.

Se ganhar dinheiro, invista

Muitos pensam em abrir um canal para ganhar dinheiro, o que é perfeitamente compreensível. Mas, principalmente no início, se um vídeo for bem e gerar uma graninha, aproveite para investir. Foi o que fez Marcos Vaz. “Com o dinheiro arrecadado em um vídeo que bombou, comprei uma câmera e um celular melhores, e investi em um drone”, diz.

Gravações

Fazer uma filmagem in loco não é uma tarefa fácil, pois na maioria das vezes você está visitando o lugar pela primeira vez. “É praticamente impossível montar um roteiro antes. Eu vou criando o filme na minha cabeça enquanto gravo, pego o máximo de informações do lugar com as pessoas ao redor. Tento montar uma história com começo, meio e fim”, explica Vaz.

O youtuber Cadu Cassau

Opinião parecida tem Cadu Cassau, do canal Se Joga, Cara. “Não tem como eu aproveitar meu dia se eu parar o tempo todo para fazer uma imagem assim ou assado. As pessoas querem mais saber da minha interpretação do lugar, e não se vou fazer um vídeo igual ao do National Geographic. No YouTube são pessoas falando com pessoas. Tem que ser da sua maneira, genuíno”, diz.

Roteiro

Roteiro não parece ser algo fundamental para os youtubers. Nina Ferreira também não segue um cronograma fixo nos vídeos. “Anoto ideias em um bloco de notas. Se eu estiver em casa, já pego a câmera e gravo na hora”, diz.

Alô, som!

“É preciso ser cuidadoso com a captação do áudio, pois ele acaba sendo muitas vezes mais importante que o vídeo”, indica Rafael Incao.

Indústria

Um bom youtuber de viagem não pode querer viajar se não conhecer a fundo a indústria do turismo. Isso ajuda bastante a entender o mercado e na hora de fechar parcerias com empresas, marcas, patrocinadores, conta Cadu Cassau.

Convidados

Cadu Cassau nadando no rio Ganges, em Rishikesh (Índia)

A principal forma de crescer hoje em dia, principalmente para um canal iniciante, é fazer colabs – vídeos colaborativos. Você traz um youtuber para participar do seu canal e vice-versa. Assim, os seguidores dele passarão a conhecer você, e as chances de a pessoa ir até o seu canal após a recomendação é ainda maior. A dica esperta é do Cadu Cassau.

Não suma

Ter um canal é quase como começar um relacionamento. Se você não dá mais notícias, a pessoa do outro lado pensa que você esqueceu dela e parte para uma outra. “Os seguidores esperam sempre por novos conteúdos. É como se estivessem sempre juntos, e na verdade estão”, conta Nina Ferreira.

Não apareça demais

O contrário também não é muito bom. “É preciso respeitar a pessoa que está do outro lado assistindo àquilo. Se não tem nada de bom pra falar, não grave”, recomenda Rafael Incao.

Interaja

Em um relacionamento, não adianta apenas não sumir. É preciso manter as chamas da paixão acesas. Com o canal é a mesma coisa. E como se faz isso? Interagindo com os seguidores. “Traga-os para participar e mostrar que tem cuidado e carinho, pois são eles que fazem o canal acontecer”, conta Nina Ferreira.

Menos é mais

“Como sempre quis transmitir algo leve, dinâmico, com minha cara, sem enrolação, não encontrei muitas dificuldades no meu canal”, relembra Nina Ferreira.

Parcerias

Famosos como Marina Ruy Barbosa ganham R$ 1 milhão para viajar na Tailândia em um hotel chique e comendo do bom e do melhor. Mas lembre-se que você não é Marina Ruy Barbosa e nem sempre as parcerias surgirão, ainda mais se você estiver no início. “Muitas vezes tiro dinheiro do meu bolso para viagens que quero fazer e não consegui parcerias”, diz Marcos Vaz.

Ao mesmo tempo, não precisa ser grande para conseguir boas parcerias. “Já fiquei em hotel cinco estrelas na Tailândia porque o dono precisava de reviews de blogueiros no Trip Advisor, não importava o tamanho do canal, conta Cadu Cassau”.

Editar é uma arte

Os primeiros vídeos provavelmente serão uma experiência traumática, e o que levaria vinte minutos pode demorar horas. Mas tenha paciência. “No início o som não saía certo, a imagem ficava escura, mas a cada vídeo eu ia melhorando. Depois comecei a estudar edição de vídeos e aprimorei o editor que uso”, afirma Marcos Vaz.

Sempre dá para saber mais

Nina Ferreira teve as mesmas dificuldades iniciais de Marcos Vaz, solucionada com o tempo por meio de muitas pesquisas no Google. “Mas claro que ainda tenho muito a aprender”.

Responsabilidade

Todo produtor de contéudo carrega consigo uma responsabilidade. De pequena ou larga escala, você é um influenciador. “No começo não imaginava que teria um impacto como estou tendo. Hoje percebo e assumo a responsabilidade de passar informação e motivar mais pessoas a viajarem”, conta Marcos Vaz.

Timidez

Ser tímido e ter um canal no YouTube de sucesso não é um impeditivo. Mas não ter vergonha é meio caminho andado para o canal ir para frente. “Eu sou bastante extrovertida e é muito raro eu ficar tímida. Isso me ajuda bastante”, conta Nina Ferreira.

Crescimento

Desde que se tornou youtuber, há dois anos, Cadu Cassau notou um aumento de youtubers de viagem. “Não tinha um canal especificamente de viagens. Hoje tem vários. Isso é bom, sinal de aumento da demanda. Não vejo como concorrência”, diz.