Coronavírus: turismo brasileiro adota procedimentos para evitar doença

Hotéis e agências divulgam procedimentos a serem seguidos por empresas

O turismo brasileiro está em alerta por conta do novo coronavírus. Nesta quinta-feira, 27, duas entidades do setor soltaram comunicados com orientações para seus associados, a Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagens) e Abih Nacional (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis).

O alerta se deve ao primeiro caso de Covid-19 registrado no Brasil e do vírus ter chegando a diversos países da Europa, em especial à Itália, que tem 17 mortos e mais de 650 casos diagnosticados.

Casos de coronavírus na Itália preocupam setor de turismo; país tem 17 mortes e mais de 650 casos confirmados da doença
Créditos: Insideworldfootball.com
Casos de coronavírus na Itália preocupam setor de turismo; país tem 17 mortes e mais de 650 casos confirmados da doença

A Abav informou que está repassando aos estabelecimentos do setor todas as informações oficiais relativas ao coronavírus, principalmente para que eles tenham dados para transmitir para seus clientes,

De acordo com a Abav, nenhuma localidade está com sua fronteira fechada e não há proibição para viajar para qualquer lugar.

Mas, apesar disso, as agências estão atendendo os passageiros que, por conta própria, não querem correr riscos viajando para países onde há casos de coronavírus.

A Abav explicou ainda que as políticas de remarcação não são das agências de viagens e, sim, dos fornecedores (companhias aéreas, hotéis, locadoras de automóveis) e que tem pedido a eles que não estabeleçam multas para os casos de remarcação de viagem

Cuidados com a higiene

A Abih enviou comunicado aos associados recomendando a adoção das medidas indicadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde), com o objetivo de impedir que o Covid-19 se dissemine pelo território nacional.

 Lavar as mãos com água e sabão, por pelo menos 20 segundos, ou usar antisséptico de mãos à base de álcool são algumas das recomendações
Créditos: Catraca Livre
 Lavar as mãos com água e sabão, por pelo menos 20 segundos, ou usar antisséptico de mãos à base de álcool são algumas das recomendações

Evitar contato físico muito próximo, lavar as mãos com frequência e após cada atendimento, disponibilizar nas dependências dos estabelecimentos álcool gel para que todos possam manter as mãos limpas e descontaminadas são algumas recomendações repassadas aos hotéis do país.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Abih, Manoel Linhares, disse que é com esses procedimentos que se poderá reprimir o avanço desse vírus. “Surgiu um caso em São Paulo até agora, não é muito alarmante, mas a precaução é tudo”, afirmou.

Outros pontos indicados para adoção incluem maior rigor na higienização de banheiros e locais de uso público e mais cuidado no manuseio de roupas sujas e de objetos de uso pessoal como talheres, pratos, copos ou garrafas, além de ações para desinfetar com detergente áreas de grande manuseio, como corrimãos e maçanetas.

As iniciativas visam proteger todos os funcionários dos hotéis, desde o mensageiro à recepção, passando pelo pessoal da copa, destaca o comunicado da Abih.

Defesa do consumidor

Os Procons de São Paulo e do Rio de Janeiro estão orientando os brasileiros que têm passagens compradas para outros países e que decidam desistir da viagem com medo de contaminação pelo coronavírus que entrem em contato com a empresa aérea ou agência de viagem para pedir o cancelamento.

As três principais empresas americanas –American Airlines, Delta e United– suspenderam suas operações para a China por causa do Covid-19
Créditos: the.epic.man/iStock
As três principais empresas americanas –American Airlines, Delta e United– suspenderam suas operações para a China por causa do Covid-19

O presidente do Procon-RJ, Benedito Alves, orientou que se o surto da doença tiver sido confirmado na localidade de destino do viajante brasileiro, este tem duas opções. “Trocar, sem ônus, a passagem para outro dia e local ou obter o reembolso integral do valor que pagou”.

Benedito Alves afirmou que o consumidor não deve pagar nenhuma taxa adicional por isso, porque o cancelamento se deu em razão de uma doença que, repentinamente, afetou a região.