Em 2018, deixe para trás o que não te serve mais

Por: Catraca Livre

O ano começou bem diferente para mim. Estou fazendo uma viagem de três meses pela Tailândia sozinha e essa experiência tem sido bastante enriquecedora porque cada dia é um dia novo. Não vim nos modelos padrões de viagem de férias, tampouco com a pressa de conhecer todos os lugares que se dizem imprescindíveis.

Monumento em Hua Hin, o mais antigo destino de praia da Tailândia

Escolhi fazer uma viagem tranquila. Escolhi ficar por um tempo em cada lugar que tive alcance e conhecimento, sentir a cultura, os comportamentos, a atmosfera. Escolhi beber da mesma fonte que os locais e, embora não consiga viver como eles (porque não sou como eles), embora muitos deles estejam obcecados pela oportunidade de fazer dinheiro com o turismo, dá pra sacar um pouco da sua essência, em cada ambiente que passo.

Nada paga a serenidade no olhar de uma senhora que veio visitar a amiga (outra senhora) que trabalha no restaurante, em plena terça-feira. Descalça, assiste o “vale a pena a ver de novo” tailandês e tira uma pestana enquanto a outra atende os clientes. Nada paga a expressão de espanto quando peço a comida sem pimenta –aqui, pimenta é tempero, ou seja: não tem essa opção, a não ser que você queira comer um hambúrguer. Nada paga a cena de um berço no meio da sala de atendimento na casa de massagem e a tentativa da atendente em conversar com os clientes enquanto tenta fazer o seu bebê parar de chorar. Nada paga a cena da criança andando de um lado para o outro com dois penduricalhos nos pés –a forma que encontraram de não perdê-lo de vista quando a casa está cheia. Nada paga a cena de três adolescentes na mesma moto, vestindo uniforme escolar e deixando a vida guiar.

Adolescentes tailandesas

São imagens que vêm e vão, a todo momento, assim como tudo na vida. A diferença é que, se eu estivesse em casa talvez não reparasse nas cenas que formam o meu cotidiano, de tão comuns que seriam.

Cada instante dura um tanto. E da mesma forma que eles chegam, precisam ir. O que isso representa, penso comigo mesma, é que na vida, precisamos aprender a desapegar das imagens que queremos levar para sempre. Dos pensamentos fixos, da incessante vontade de fazer tudo do nosso jeito. Desapegar do que não precisamos mais.

Abundância é fluxo. É soltar de um lado para segurar do outro. É deixar ir e deixar vir. É sofrer no caminho, mas entender que a melhor oportunidade que temos para evoluir é deixando a mudança acontecer. É desencanar de algumas peças de roupa que não cabem na mala porque você comprou outras. É investir em algo que você quer muito fazer, deixar o dinheiro correr e confiar que da mesma forma que ele vai, volta. É parar de insistir em relações malsucedidas simplesmente porque você acha que o outro tem que mudar –é deixar essas relações se dissolverem e deixar o tempo curar. É respeitar os ciclos da vida, entregar para o universo e abrir espaço para o novo. É aprender com a natureza que para nascer é preciso morrer.

Cada instante dura um tanto

E quer saber? O meu consolo, quando algo está ruim, é que sei que tudo passa.

Nesse ano de 2018, aproveite para se desfazer daquilo que não te serve mais e deixe a vida fluir!

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Por Mayara Castro