Para bancário, pisar na Antártida foi momento único

 Relato por Bruno Souza

Sabe aquelas histórias que você vai contar para seus filhos e netos? Com certeza essa ida à Antártida será uma delas.
Quando você tira férias e vai viajar para algum lugar, quase sempre (a maioria das pessoas) tenta planejar tudo, com roteiros e dicas de todos os amigos e sites que encontra por aí.

Uma viagem para a Antártida, para muitos, é impensável e impossível, sem dicas, pontos turísticos ou souvenires. É preciso deixar a mente mais do que aberta e esperar que o lugar mais frio do mundo proporcione a você uma experiência fantástica. Viajávamos rumo à Punta Arenas, no Chile, com a maior expectativa possível e mal dormimos na noite anterior a viagem. Faltava bem pouco.

A ficha de que entraria numa fria só caiu quando o piloto do avião que nos levou até o continente gelado acelerava na pista de decolagem e falava pelo sistema de som do avião “Are you ready for Antarctica? Vai encarar? Ok. Let’s Go!”

Pousamos na ilha Rei George e quando descemos do avião o vento glacial que trazia uma sensação térmica de -15ºc deu as boas-vindas. Segundo os guias, é praticamente impossível ter um dia sem chuva e mal tempo lá, mas a sorte estava com a gente nessa expedição. Com poucos minutos de Antártida já vi os primeiros pinguins pescando ao lado dos botes que nos levaram até a geleira Collins. A sensação de paz e reflexão que o lugar nos traz é indescritível.

Estava pisando em um lugar totalmente congelado que tem o dobro do tamanho da Europa. Era um estranho no meio de toda aquela natureza intocada. Entre o silêncio absoluto do lugar e goles de água de geleira, nossa expedição estava vivendo um momento único, com a certeza de que dificilmente voltaríamos a pisar ali. As fotos e vídeos que gravamos ainda serão vistos e revistos muitas vezes, mas não conseguirão transmitir a felicidade e o sentimento de gratidão que trouxemos na mala. Voltei pra casa sem souvenires, mas com o carimbo de um simpático pinguim no passaporte e a marcante lembrança dessa viagem incomum. 

Bruno Souza, 28 anos, bancário, é um dos vencedores do Desafio Halls Prata