Viajar durante a pandemia é seguro? Veja 5 perguntas e respostas
A equipe do Viajala embarcou em um voo e conta como é viajar durante a crise do coronavírus
A pandemia parece (finalmente!) estar começando a ceder no Brasil. Depois de meses de pico contínuo, o número de mortes e de casos está caindo há algumas semanas, e a taxa de transmissão do coronavírus está, no momento, abaixo de 1, o que significa que está em uma fase minimamente “controlada” de contágio.
Com a vida voltando à rotina devagar, muita gente já pensa em viajar novamente. “Esse tema ainda é delicado e deve ser encarado com muita responsabilidade”, aponta Luísa Dalcin, diretora de comunicação do buscador de voos Viajala.com.br. “Ainda é preferível que as viagens aconteçam em casos necessários, por razões de saúde ou familiares, por exemplo. Quem já quer viajar para lazer deve escolher muito bem um destino de isolamento, sem aglomerações, e optar por fazer apenas atividades individuais ao ar livre”, recomenda.
Quem precisa viajar neste momento deve saber o que esperar dessa situação. O Viajala fez um guia contando como é voar durante a pandemia para auxiliar quem tem necessidade de se deslocar e não sabe muito bem como as coisas estão funcionando. “Quem mora longe da família, como eu, já contabiliza meses de distância e quer saber como visitar seus entes queridos sem colocar ninguém em risco”, explica Luísa, que mora em Belo Horizonte, a quase dois mil quilômetros da família, que fica no interior do Rio Grande do Sul.
Veja 5 perguntas e respostas importantes de viagem em tempos de coronavírus no Brasil:
1. A chance de contágio é maior em uma viagem de avião?
Tudo depende do referencial. É claro que, se a pessoa está em total isolamento social e sai de casa apenas para viajar, as suas chances de contágio aumentam nesse cenário. Por outro lado, a chance de contágio em uma viagem curta de avião pode ser menor do que em uma viagem longa de ônibus, por exemplo.
De qualquer forma, é difícil prever. Segundo os especialistas, quando o assunto é covid-19, não existe medida de prevenção 100% garantida para quem se coloca em contato com o exterior. Porém, seja no avião ou em qualquer lugar, é possível minimizar muito os riscos de contágio com responsabilidade, paciência e usando os equipamentos adequados.
2. O que as companhias aéreas estão fazendo para minimizar os riscos?
Basicamente, o que muda dentro do avião, na visão do passageiro, é que as pessoas estão de máscara, há fornecimento de álcool gel e não há serviço de bordo (ou ele é reduzido), para evitar que as pessoas tirem as máscaras para consumir.
Internamente, as empresas intensificaram a limpeza da aeronave. Há também o filtro Hepa, que renova o ar da cabine a cada três minutos e remove mais de 99% dos vírus e bactérias.
Apesar das orientações de uso de máscara, não há controle ou punição para quem as descumpre. “A equipe de comissários não consegue ficar em cima de todos os passageiros 24 horas, cobrando que cumpram as regras”, aponta Luísa. “Usar a máscara da maneira correta deve ser uma responsabilidade de todos, cobrada por todos.” Se você estiver sentado ao lado de alguém sem máscara, faça sua parte para se proteger: peça educadamente que a pessoa coloque a proteção da maneira correta e, se ela se recusar, chame um comissário de bordo ou peça para trocar de lugar.
3. Como anda a lotação dos aviões e dos aeroportos? Estão mais lotados ou mais vazios?
Depende. A demanda de passageiros caiu muito no Brasil – cerca de 81%, se compararmos o mês de julho de 2020 com o do ano passado, segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Porém, o número de voos disponíveis também caiu drasticamente, o que pode ocasionar em aeronaves lotadas.
Para deduzir a lotação do avião, a regra é a seguinte: voos regulares cuja oferta diminuiu muito tendem a estar mais lotados. Ou seja, se, antes da pandemia, uma empresa aérea oferecia cinco voos diários entre Brasília e São Paulo, e agora só oferece um, é altamente provável que esse voo esteja sempre cheio.
Porém, se antes da pandemia a empresa operava somente um voo diário para uma rota menos concorrida e esse voo se mantém acontecendo, é natural que ele esteja mais vazio neste momento, visto que a demanda durante a pandemia é menor e a oferta seguiu a mesma.
Já a lotação do aeroporto depende do local e do horário do voo. Aeroportos que concentram conexões constantemente, como São Paulo, tendem a ser mais movimentados sempre. Os horários de pico, no começo da manhã e no fim do dia, seguem sendo os mesmos. Para um aeroporto mais vazio, evite cidades centrais e prefira voar em horários alternativos.
4. Mudou alguma coisa no check-in e no embarque?
Na prática, não. A única diferença é a mesma do nosso dia a dia: a recomendação de distanciamento. No aeroporto, há delimitações de espaço marcadas no chão tanto no check-in quanto nos portões de embarque, propondo um distanciamento nas filas.
5. E depois da viagem, é recomendável fazer quarentena?
Sim. Ao chegar ao destino, o melhor é cumprir o período de quarentena meio “separado” das outras pessoas (de preferência com um quarto e um banheiro próprios), mantendo o máximo de afastamento possível, especialmente de pessoas do grupo de risco. Outra possibilidade é fazer o teste para detectar se você se contaminou ou não na viagem, e ficar em quarentena restrita só enquanto aguarda o resultado.