Acompanhe a viagem de um casal pela Islândia

Por: Catraca Livre

Cansados da vida que levávamos em São Paulo, decidimos fazer as malas e realizar um dos nossos maiores sonhos: conhecer a Islândia. Foram 15 dias de muita aventura e natureza!

Passamos os primeiros dias na capital, a cidade de Reykjavík:

 

Na semana seguinte, alugamos um carro e fizemos a Ring Road, a estrada que contorna o país todo.

Ao sairmos de Reykjavík, começou a chuva. Isso nos desanimou um pouco, a princípio, porque tínhamos na cabeça algumas idéias de fotos que não poderíamos fazer se o tempo não colaborasse. Mas que nada! A Islândia é tão, mas tão linda, que não importa se faça chuva ou faça sol!

A estrada é linda do começo ao fim! Todo o tipo de paisagens: montanhas, pedras e cachoeiras, casinhas bem remotas, cavalos, ovelhas e até musgos. Muitas vezes paramos em lugares que não estavam no roteiro, mas eram tão bonitos que não conseguíamos resistir!

Seljalandsfoss

A primeira atração que vimos foi Seljalandsfoss, 127 Km de Reykjavík. Essa era uma das atrações que eu mais queria visitar, pelo tanto de fotos incríveis que eu via na internet. Essa cachoeira permite que você a veja de todos os ângulos, inclusive dá pra ir caminhando e passar por debaixo dela, onde fica uma gruta. O ruim é que não tem como não se molhar, por isso, parte das nossas fotos estão com pingos, sem contar nossos cabelos e roupas.

Skógafoss

A segunda atração do primeiro dia de Ring Road foi Skógafoss, outra das cachoeiras maravilhosas da Islândia. Skógafoss é uma das maiores quedas de água do país, com uma largura de 25 metros e uma queda de 60 metros. Há uma lenda de que o primeiro morador da área, o viking Þrasi Thorolfsson, já na sua velhice, com uma grande fortuna e sem herdeiros, escondeu todo o seu ouro atrás da cachoeira e ninguém nunca conseguiu encontrar.

Reynisdrangar

Uma das coisas mais lindas que já vimos, uma praia de areia preta! Reynisdrangar está a 186 Km de Reykjavik e é encantadora. Ela está situada ao lado de uma montanha feita de basalto. Estava chovendo e fazendo muito frio, mas mesmo assim conseguimos registrar algumas imagens:

Vík

Outra praia de areia preta (como quase todas as outras), bem pertinho de Reynisdrangar. É uma cidadezinha bem pequenininha e aconchegante, uma gracinha.

Laufskálavarda

Paramos em Laufskálavarda  para fazermos o nosso montinho de pedras. Essa é uma tradição aderida por quase todos os viajantes que passam por aqueles lados da Ring Road. Laufskálavarda era uma granja, que foi destruída por uma erupção vulcânica ocorrida em 1783, que durou oito meses e matou 20% da população. Desde então, os viajantes que por ali passavam, colocavam uma pedra em um dos túmulos, para dar boa sorte.

Pelo GPS, estávamos perto de Vatnajökull, a maior geleira da Islândia. Nós estávamos empolgados, pois nunca havíamos visto uma.  

Skaftafell e Vatnajökull

Skaftafell é um dos parques nacionais da Islândia que abriga Vatnajökull, que como já foi dito acima, é a maior geleira da Islândia. Pra quem assiste Game Of Thrones, é lá que são gravadas as cenas da muralha e dos selvagens (as cenas onde há neve, claro). Quando estacionamos, vimos que algumas pessoas estavam indo em direção à geleira. O Renato queria ir de todo jeito até lá, mas eu não queria, já que eu estava congelando, mas ele acabou me convencendo. Quase dois quilômetros de caminhada, cheio de arvorezinhas, musgos, passarinhos, cachoeiras e até um riacho que tivemos que atravessar e ambos quase caíram (rsrs). Eu teria me arrependido muito se não tivesse ido, porque foi uma das coisas mais incríveis que já vimos na vida.

Jökulsárlón

Seguimos para Jökulsárlón, uma lagoa que surgiu pelo derretimento de geleiras e que vem crescendo. Para os que não conhecem, Jökulsárlón foi cenário de filmes como Tomb Raider e Batman Begins. Fica próximo a Vatnajökull, e é incrível.

 

 

 

Hengifoss

Hengifoss é a cachoeira mais alta da Islândia, com seus 118 metros de altura. Ela possui camadas de basalto atrás da queda, onde é possível ver as listras (ou veios) vermelhos. Pra termos uma vista melhor dela, tivemos que percorrer 2,5 Km. Ao todo, foram 5 Km de caminhada, em uma subida absolutamente maravilhosa.

Detifoss

Detifoss é a maior cachoeira da Europa em volume de água. Tanto é que o seu nome significa “cachoeira indomável”. Ela possui 100 metros de altura e 44 metros de largura e seu consumo pode ir de 200 a 500 metros cúbicos por segundo! Chegamos no Parque Nacional Jökulsárgljúfur, onde fica a cachoeira, mais ou menos umas 7 da noite. Não conseguimos tirar muitas fotos perto dela, pois ficamos encharcados! É muita, muita água!

Hverir

Continuamos o percurso, já ao norte da Islândia. Nossos planos eram de seguir até Godafoss, mas pelo caminho encontramos Hverir, sem querer. Hverir é uma fonte termal. Essa região é cheia de pequenas poças de água borbulhentas, e montes de terra por onde saem vapor de água quente. A água das poças é bem azulzinha, lindo de se ver, não fosse pelo cheiro. Um fenômeno natural lindo, mas o mais fedido que já presenciamos na vida. Sabe quando a gente abre aquelas conservas de ovo cozido que ficaram dias ali dentro? É um cheiro pior que esse, só que quente e em forma de vapor! Parecia até que alguém tinha soltado um pum (rsrsrs). Mas depois, após nos informarmos melhor, descobrimos que é por causa do enxofre. A Islândia fica entre duas placas continentais e por causa disso ela é repleta de fontes termais, lagos quentes, vulcões e geysers.

Godafoss

Era quase uma da manhã, quando chegamos em Goðafoss, que foi a cachoeira que mais gostamos (na verdade é muito difícil de decidir qual delas é a mais bonita, porque todas são extraordinárias). Estava bem friozinho, o sol ainda estava se pondo (não exatamente se pondo, porque aqui, mesmo depois do por do sol, que ocorre depois da meia-noite no verão, o céu continua claro e não demora muito pra nascer de novo).

Golden Circle

Golden Circle é o nome do passeio mais famoso e procurado na Islândia e que pode ser feito em um dia. São cinco pontos: Reykjavík (cidade que passamos a maioria dos dias de nossa estadia), Þingvellir National Park (se lê “thingvellir”), o vale geotérmico Haukadalur, a cachoeira Gulfoss e Kerið, um lago em uma cratera vulcânica.

Þingvellir National Park

Uns 30 Km após Reykjavík, o Þingvellir é um vale onde foi fundado o primeiro parlamento do mundo, no ano de 930. Outro fato interessante é que foi lá também que foi proclamada a independência da Islândia da dominação dinamarquesa, em 17 de junho de 1944. Þingvellir é um lugar sagrado para os islandeses, além de ser o lugar histórico mais importante do país. Em 2004, o parque foi declarado Patrimônio da Humanidade.

 Haukadalur – Gêiser

Nesse vale, é possível ver os gêiseres. Um gêiser é uma nascente termal que entra em erupção periodicamente, lançando uma coluna de água quente e vapor. O nome gêiser provém de Geysir, nome de uma nascente eruptiva em Haukadalur. Este nome, por sua vez, deriva do verbo gjósa, “jorrar”. Sim, foi esse gêiser que deu o nome para todos os outros. Mas infelizmente, hoje em dia o Geysir está em repouso e raramente erupta. A sorte é que ele tem um parente ativo, o Strokkur, menor, mas que lança jatos de água de 20 a 40 metros a cada 8 a 10 minutos, com temperaturas entre 80 e 100º C.

São fenômenos raros, já que a formação de um gêiser requer condições favoráveis, ou seja, regiões próximas aos locais onde ocorrem atividades vulcânicas ou muito calor subterrâneo. Estima-se que exista cerca de mil no mundo inteiro, em países como a Islândia, Estados Unidos, Nova Zelândia, Rússia e Chile.

Ao seguirmos nosso caminho em direção à Gulfoss, encontramos mais alguns cavalos islandeses pelo caminho.  A raça não tem um ancestral definido, mas sim surgiu de uma mistura de raças levadas pelos vikings da Escandinávia à Islândia. Esta população de cavalos permaneceu isolada por séculos, sem nenhuma influência de outras raças, e foram as exigências do clima e o terreno que ajudaram a definir a raça. Outras particularidades do cavalo islandês são suas marchas características. Além das três marchas básicas (Walk, Trote e Galope), a maioria pode realizar um passo chamado “Tölt”, e alguns podem fazer um passo conhecido como “flugskeið”, o qual é traduzido livremente como “Flying Pace” (“Passo Voador”). Muitos são exportados para outros países, pois  a meta de todo criador é produzir cavalos que possam executar os 5 passos característicos.

Gulfoss

Ao longo do rio Hvitá, Gullfoss é a cachoeira mais conhecida e visitada da Islândia. Gullfoss significa “Cachoeira de Ouro”, possivelmente a razão de o nome da rota de chamar Golden Circle, que significa “Círculo de Ouro”.

 

Kerið

Formada há 6.500 anos pela queda de uma câmara de magma no final de uma erupção vulcânica. Kerið tem 55 metros de profundidade, incluindo a água estagnada no fundo, e as laterais possuem bonitos tons de vermelho, preto e ocre. Björk uma vez fez um show em uma jangada no meio da cratera, mas a acústica não era ideal. Embora especialistas acreditem que Kerið foi formada por uma grande explosão vulcânica, assim como todas as crateras vulcânicas são formadas, estudos feitos naquela região não conseguiram encontrar nenhuma evidência de uma explosão tão grande assim. Sua origem, embora muitas teorias tenham sido formuladas ao longo dos anos, continua um mistério.

Blue Lagoon

Blue Lagoon é um spa de águas termais, além de ser uma das atrações mais visitadas na Islândia e fica a 39 quilômetros de Reykjavík. A lagoa atrai visitantes que buscam em suas águas quentes (40 ºC) propriedades medicinais. São mais de 6 milhões de litros de águas em 5.000 m²  de área. Além do efeito relaxante de suas águas quentes, mesmo em dias tão frios, a concentração de algas e sais minerais é eficiente no combate ao envelhecimento e no tratamento de doenças de pele.

Continuamos nossa viagem para outros países da Europa. Para quem quiser nos acompanhar, temos um tumblr: europefortwo.tumblr.com