‘Carnaval Como Direito e Resistência Cultural’ é o tema da 3º live do Sarau da Quebrada

O VilaMundo é uma iniciativa do Instituto Acqua, em parceria com a Catraca Livre

O coletivo Sarau na Quebrada de Santo André, realiza a 3º live do projeto Direitos Culturais e Direito à Cidade: ‘Carnaval Como Direito e Resistência Cultural’. O evento será nesta quinta-feira (25/03) às 20h na página do Facebook do coletivo.

Nesta live haverá a participação de Nunuca Oliveira, intérprete; Ricca Pereira mestre de bateria; Profª Meire Terezinha,  pedagoga, gestora pública e presidente da liga Mauá e liga das ligas do ABC; Cláudia Lima, cantora, pretendem debater controle social, sobretudo para sua ampliação em grupos mais discriminados. E mediado por Neri Silvestre, articulador cultural e integrante do coletivo.

O projeto foi aprovado no edital de Santo André da Lei Aldir Blanc nº 14.017. A 4º live será no dia 01/04 às 20h, com o tema: ‘Direito à cidade e a preservação ambiental’. Os vídeos anteriores estão disponíveis na página do Facebook do coletivo Sarau na Quebrada.

Sobre o Tema ‘Carnaval Como Direito e Resistência Cultural’

O hip hop, o funk, movimentos negros, ao longo das  suas trajetórias sofreram repressões e até hoje são criminalizados, tendo bailes interrompidos com ferramentas de mecanismos de coerção, ações policias, por exemplo, que inúmeras vezes terminam com a morte de jovens. Com o samba, ritmo que deu base a esses outros subgrupos musicais e que dá vida ao carnaval, não foi diferente, sofreu várias perseguições até ter o direito de desfilar nas ruas, no entanto, atravessando mares e séculos, o tom deixado por nossos ancestrais, é o compasso da resistência do povo preto que continua nos dias de hoje.

O direito à cultura e à cidade fundamentam-se na ideia de que todo cidadão tem direito de usufruir do território, dos bens coletivos, na garantia de acesso aos bens culturais, valorização e preservação da pluralidade das manifestações: afro-brasileiras, indígenas, o que na prática é falho. O controle social é uma ferramenta que na sua dimensão prevê a democratização da gestão pública, isso significa que sociedade civil também pode participar das decisões da gestão, alterando a agenda governamental segundo seus interesses, formular políticas públicas, fiscalizar a aplicação de recursos públicos etc. Os conselhos participativos de cada município, como o da saúde, turismo, meio ambiente, cultura, são exemplo de como o povo pode atuar, cuja presença de grupos minoritários são primordiais para que pautas de seus interesses sejam levadas em consideração.

A festa do carnaval movimenta bilhões na economia de todo país e, embora tenha vindo de outras origens, a história no negro no Brasil deu-lhe formas genuínas, atraindo turistas de diversas partes do mundo à festa, que também trás elementos dos povos originários, saindo do eixo Rio – São Paulo, com a pluralidade  de suas aparições, abarca várias áreas da economia.

Embora a economia seja fortalecida, gerando serviços diretos e indiretos, muitas escolas de samba do Brasil deixaram de desfilar, com a falta de investimento público, assim como no ABC, cujas prefeituras argumentam  que a priorização  deve ser a educação e saúde pública, ignorando a importância cultural de uma celebração que é tradicional. Com o corte de investimento no carnaval, famílias inteiras, que tradicionalmente trabalham o ano todo para que o carnaval aconteça, são as mais prejudicadas. Como no passado, as festas carnavalescas protagonizadas pela sociedade imperial recebiam passagem para acontecer, já, as camadas populares tinham suas manifestações reprimidas. Ainda que os tempos sejam outros, se há luta pelo direito à existência digna, indica que a liberdade  não foi alforriada.

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