Revista Rap Brasil 14

Por: Alexandre De Maio

Essa Edição da Revista RAP Brasil foi publicada em 2002. Alguns dos principais e mais ricos conteúdos estão presentes nas entrevistas, entre elas a com a Família RZO (página 17), os quais apresentam suas ideias sobre o espírito de família que os rege; com o grupo Trilha Sonora do Gueto (página 52), onde Cascão comenta sua passagem pela cadeira e troca de cartas com outros MCs; com o DJ Zé Gonzales (página 63), que tem três páginas dedicadas à sua atuação, fala sobre sua história no movimento e fornece dicas de produção musical e; com alguns representantes da cena de Minas Gerais, como o grupo Retrato Radical (página 38), sobre seu novo álbum que, entre outras coisas, merece destaque pelo relato de DJ Poo sobre o significado do rap ser ritmo e poesia, e com Evandro MC (página 41), que relata um caso de abuso policial numa festa de Rap de Belo Horizonte. Jackson também deixou sua palavra (página 31), sua trajetória e comentou sua entrada e saída do grupo Planet Hemp.

Mesmo que Dina Dee (página 24) e Negra Li (página 21) tenham divagado rapidamente sobre o tema em páginas anteriores, a contribuição de mulheres no rap nacional recebe uma sessão especial (página 56), com visões de dois grupos distintos: a de Negaativa (página 56), do Rio de Janeiro, e de Zhammp (página 57), de Porto Alegre. A edição conta também com a cobertura da vinda de Afrika Bambaataa ao Brasil (página 37), mais especificamente na Casa de Cultura do Hip Hop de Diadema, Zona Leste de São Paulo. Para além disso, reúne algumas análises de conjuntura e considerações em relação à expectativa após a recente eleição do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (página 10). Por conta do contexto daquele ano, a política institucional e a necessidade de participação ou não de integrantes do movimento hip hop em partidos políticos foi recorrentemente abordada tanto nas entrevistas, quanto nas colunas da revista.

Texto de Isadora Nunes Ferreira