Revista Rap Brasil 16

Por: Alexandre De Maio

Em 2003, chegava às bancas do país a Revista RAP Brasil de número 16. O motivo dessa edição extra não poderia ser pior: o assassinato, dias antes, de Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage. Esse volume foi uma tentativa de dimensionar a perda — não só do hip-hop nacional, mas da cultura brasileira como um todo.

Os 4 tiros disparados na manhã daquele 24 de janeiro tiraram a vida de um dos nossos principais MCs e explicitaram a violência que assola as quebradas diariamente. “Não podemos continuar vendo jovens sendo mortos, não podemos continuar vendo nossos rappers sendo assassinados”, clama a equipe no editorial (página 2).

Na reportagem “Uma luz que nunca irá se apagar” (página 4), Rodrigo Mendes mostra que Mauro, apesar de filho de mãe solteira moradora de favela, só entrou para o tráfico porque os trabalhos que conseguia não garantiam sua subsistência. Conta como, apesar dos corres, Sabotage alcançou o sonho de fazer música. E em “Surge nas ruas da sul o Maestro do Canão” (página 30), relembra como a obra de Sabota quebrou as fronteiras que “limitavam” o hip-hop ao público marginalizado pelo sistema.

“Sabotage no Cinema” (página 32), de Juliana Penha, dá detalhes sobre as participações de Sabota nos filmes O invasor (Beto Brant, 2001) e Carandiru (Héctor Babenco, 2003). Ela também escreveu uma reportagem sobre o assassinato do rapper (página 34). E reuniu depoimentos de representantes do hip-hop sobre a perda do amigo (página 38).

O ensaio “RAP: profissão perigo” (página 46), de Rodrigo Mendes, é o último texto inédito da edição. Apresenta as diferenças e as semelhanças entre os crimes que tiraram as vidas de Sabotage, Tupac, Notorius BIG, Jam Master Jay (Run DCM) e Gilmar (do grupo Alvos da Lei).

Além disso, a revista resgata duas entrevistas concedidas por Sabotage. A primeira (página 9) foi originalmente publicada no site Manuscrito. A segunda (pág. 12), na RAP Brasil de dezembro de 2001.

Por Mateus Melo