Silent Tapes: projeto fotográfico ajuda moradores de periferias pelo mundo

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Casal viaja por periferias do mundo todo registrando o dia dia de moradores e ajudando-os de alguma forma[/img]

Stephanie  e Francis desenvolveram a fotografia como hobby, evoluindo para experimentações em cenários que transmitem algum tipo de vulnerabilidade. Francis comenta: “Nós gostamos de viajar, mas não queríamos só tirar sem dar nada em troca. Então pensamos em criar o Silent Tapes para dar algo de volta para essas pessoas”, explica. “Para nós, em todas as vezes que viajamos, queremos conhecer o lado bom e o ruim, todos os aspectos. Se você não conhece esses lugares, não conhece a realidade dessa sociedade.” Stephanie conta que o Silent Tapes começou a tomar forma na primeira viagem à Índia, há dois anos, quando ela procurava uma experiência com trabalho voluntário.

Sr. Udom e a favela de Klong Toei, Bangok 

O trabalho voluntário na Índia os motivou a criar o primeiro projeto, na favela Klong Toei em Bangkok, na Tailândia, que ajudou cerca de 200 crianças e foi realizado com arrecadação independente. A ideia chamou a atenção de Instagramers de reputação, como Manuel Pita (@sejkko) e começou a se espalhar, arrecadando a verba nas primeiras semanas na plataforma. O material resultou em prints, pôsteres e uma exposição na big apple que teve a renda revertida para uma ONG local.

O casal também acredita que para criar um projeto filantrópico relevante, é necessário ter sensibilidade não só na hora do clique, mas em todo o universo que envolve a comunidade e transparência. “Tentamos nos conectar com as pessoas, ouvir suas histórias e se a situação parece perfeita, fotografamos. Nossa proposta não é sair clicando tudo o que vemos”.

Uma dessas histórias é a de Udom, um senhor tailandês de 80 anos que foi clicado enquanto brincava com um de seus sete cachorros poodle. O frágil senhor que aparece na foto se tornou progressivamente mudo, em parte por culpa do sistema de saúde precário oferecido pelo governo. Ainda assim ele permitiu que o casal compartilhasse sua história, narrada com recados curtos em um papel rabiscado no chão. Semanas depois ele faleceu e o dinheiro arrecadado pelos apoiadores do projeto ajudaram sua mulher com algumas necessidades básicas. “Queremos compartilhar essas experiências e promover pequenas mudanças”.

Próxima parada: Fortaleza

Em 2014, eles já têm destino certo: o Brasil e a Copa do Mundo. O projeto “50 kids / 50 cameras” teve a verba toda arrecadada em apenas quatro dias no Kickstarter. O casal comenta que: “Aparentemente só existe um orfanato em Fortaleza e que está completamente acima da capacidade. Então existem famílias que adotam crianças voluntariamente, mas não têm como lidar com a papelada, então algumas crianças nem existem para o governo. Nossa ideia é mostrar a vida dessas famílias, acompanhar essas necessidades de perto.”

Além de um documentário curta-metragem e trabalho voluntário, o casal vai levar 50 câmeras descartáveis e ensinar 50 crianças a mostrarem o dia a dia na comunidade por sua própria perspectiva. “Queremos criar uma força nelas através da arte, dar voz a essas crianças”, diz Stephanie. Entre as recompensas para quem colabora, estão uma compilação de fotografias e escritos das crianças, uma exposição em Nova York com as imagens selecionadas e a distribuição do livro para escolas selecionadas, bibliotecas e centros comunitários da capital cearense.

Veja mais fotos em: malaguetas.blog.br/SILENT-TAPES.

* As imagens foram gentilmente cedidas pelo Silent Tapes. Antes de reproduzir, mande um e-mail