Continuação: Mostra LABMIS

Por: Redação

Anaisa Franco desenvolveu Realidade suspensa, instalação composta por um cilindro de acrílico, no qual está inserida uma máquina de fumaça programada. Sobre a fumaça que preenche seu interior, são projetados três vídeos sincronizados, acompanhados por um áudio. Nessa obra carregada de metáforas, a fumaça evoca uma nuvem trazida do céu. A artista busca colocar em evidência a posição do homem na sociedade, os seus objetos de consumo e a busca de ideias inatingíveis.

A residência artística de Claudio Bueno resultou em Estrelas Cadentes, uma instalação multimídia que parte de um “céu” composto por 150 pequenos balões pretos carregados com pó brilhante roxo. O público poderá enviar mensagens com supostos desejos para um celular específico. Ao receber a mensagem, o aparelho faz acender uma luz azul sobre um dos balões, que estoura, jorrando todo o pó contido dentro dele. Semelhante a uma estrela cadente, desaparece, deixando apenas um rastro de cor no chão do espaço expositivo, como vestígio das presenças, interações e desejos compartilhados pelos visitantes..

Felipe Sztutman e Rodrigo Bellotto realizaram Objeto em forma de espaço, um ambiente imersivo com propriedades físicas controladas eletronicamente. No interior de um cubo negro suspenso no ar, dispositivos de luz, som e aroma criam uma experiência sensorial completa.

Guilherme Lunhani apresenta Objeto – Partículas sonoras, obra que utiliza programação em PD (Pure-Data) SuperCollider e Processing. Compõe-se de uma mesa sensível ao toque sobre a qual serão projetadas pequenas circunferências, a representar visualmente objetos musicais em um espaço. O toque do público na mesa propicia interações físicas entre as circunferências, que são repassadas para o campo musical, possibilitando arrastar e “empurrar” os objetos musicais, modificando em tempo real as posições sonoras em um espaço imersivo.

O trabalho de Alexandre Fenerich, intitulado Sobre chão móvel, é um cinema-documentário que representa a experiência de um passageiro em um trem. O trabalho conta com três projeções de imagem e projeção sonora em cinco canais. O espetáculo conta, ainda, com quatro performers: três músicos e um VJ.  Ao longo da apresentação, encaminha-se da estrutura naturalista e documental para uma situação musical, esfacelando a narrativa inicial.

Caetano Dias apresenta Mar, projeção sobre algodão de um vídeo em looping. A obra, um livre experimento feito a partir de imagens gravadas num simulador de mar em tempestade. Caetano investiga uma forma mais fluida de relação entre corpo e espaço, buscando um limite diluído que desaguaria em corpos instáveis e em sentidos desfeitos, chegando a um possível corpo etéreo, a sugerir uma memória em suspensão.

Paulo Meira desenvolveu o trabalho intitulado OMA – sessão 15 minutos no Jardim de Alice Coelho. Sua residência artística resultou em três obras, um vídeo de 21 minutos, uma videoinstalação e um vídeo interativo (game art), que envolvem uma mulher barbada, uma modelo de atirador de facas, um mágico e um autômato eqüino, num clima que mistura paixão, morte e repugnância pelo abjeto. As narrativas construídas imageticamente falam da corporeidade do homem contemporâneo em meio às múltiplas experiências que o envolve.

Por Redação