Ensaio fotógrafico “Lambendo as Feridas”

O ofício de Maurício Pereira Campos, 74, estava definitivamente condenado pelo tempo. Nos fundos de uma casa, transformada numa gráfica, ele ainda usava tipos móveis de madeira, encaixados em uma impressora do começo do século passado.

Não bastasse a defasagem tecnológica, a lei Cidade Limpa atingiu seu principal produto: os cartazes do tipo lambe-lambe, esses que são grudados nos muros. Além de tudo, a especulação imobiliária o obrigou a deixar a região de Pinheiros (zona oeste) e o jogou na periferia. “Quase desisti”, admite. Agora, ele está sendo salvo por improváveis clientes: os grafiteiros.

Quando tinha 17 anos, ele chegou a São Paulo e foi trabalhar numa gráfica na Mooca, na zona leste. Os gráficos eram quase todos italianos e foi com eles que aprendeu as artes do ofício. “Adoro o cheiro de tinta, tocar nos tipos e ver as folhas saindo uma por uma da máquina”, conta.
(Trecho de coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo)

Como ocorre uma vez por ano, os ateliês  da Vila Madalena (bairro em que vive e no qual Mauricio trabalhou por anos) ficarão abertos à visitação durante o “Arte da Vila”. Não apenas os cartazes fabricados por Maurício terão um espaço exclusivo, onde ocorrerão oficinas de lambe-lambe, como também, no entorno, alguns dos melhores grafiteiros da cidade farão intervenções em muros. Confira a programação completa do Arte na Vila

Veja cartazes e ensaio fotográfico da oficina de  Maurício Pereira Campos. Confira as imagens:

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Por Redação