Grupo Teatro de Ruínas aborda o homem moderno

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Integrantes do Coletivo

O Coletivo Teatro de Ruínas está com quatro apresentações gratuitas agendadas para março, abril e maio. Neste domingo, dia 7 de março, apresentam um pocket show da peça “Manual Para Produzir Mancúspias” no Estação Catraca Livre, que acontece no Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena.

Formado por estudantes da USP, o grupo trabalha temas como o desemprego e a busca alucinada por diplomas para se manter no mercado. Questões como o trabalho informal, o aumento desenfreado da necessidade de especializações para a carreira profissional e a relevância desses títulos acabaram gerando o projeto atual do grupo, que se chama “Manual Para Produzir Mancúspias”, livremente inspirado no conto Cefaléia, de Julio Cortazar.

A peça foi criada sem nenhum tipo de incentivo ou financiamento. O grupo espera resposta de dois editais públicos. Porém, segundo eles, os valores são baixos e não chegariam a cobrir todos os custos da produção, mas ajudaria a incrementar a encenação. Atualmente, eles procuram locais para encenar seus trabalhos em São Paulo. “O espaço é fundamental para nós, porque criamos e re-criamos a partir dele. Exploramos diferentes olhares sobre cada espaço ocupado, ao mesmo tempo que somos influenciados por ele”, afirma Fábio.

Além da apresentação no Estação Catraca Livre, eles vão apresentar o “Manual Para Produzir Mancúspias” no Teatro da USP, Centro Cultural Maria Antônia, nos dias 23 e 24 de abril de 2010, dentro da Mostra Experimentos e nos campis da USP de Piracicaba, dia 12 de maio, e Pirassununga, dia 13 de maio. As entradas para todas as apresentações são Catraca Livre.

O grupo:
Desde 2007, o coletivo Teatro de Ruínas tem desenvolvido uma pesquisa acerca da re-significação e re-apropriação de espaços públicos, através de intervenções cênicas que ocupam a cidade. O grupo começou na Escola de Artes Cênicas da USP, durante as aulas da disciplina de Direção Teatral, mas inclui alunos e ex-alunos de outros cursos, como Letras e Ciências Sociais.

O primeiro projeto do coletivo já debatia o espaço do teatro e da representação na sociedade, com uma encenação baseada no texto “A Morte de Danton”, de Georg Buchner. No segundo projeto, eles ocuparam a Praça do Relógio, na USP, com uma encenação de “A Gaivota”, do Tchekov. A escolha da peça e do lugar demonstrava a intenção de investigar o papel do intelectual na atualidade.

Já em 2008, o grupo encenou sua primeira peça com texto próprio. Em “Uma coisa é uma coisa”, dramaturgia coordenada pelo então aluno de Letras, Virgínio Marques, os espectadores ficavam dentro de um espaço protegidos pelos atores, que representavam vigias. “O mundo estava se arruinando, mas nossos espectadores estavam a salvo, protegidos por nós”, diz Fabio Figueiredo, membro do elenco.

As influências deles giram em torno de Brecht, Artaud e da indústria cultural de massa, que pode ser notada nos figurinos e na maneira como algumas cenas são trabalhadas.

O Coletivo Teatro Ruínas é formado por:

Diretora:  Paula Bellaguarda, 25 anos, estudante de Artes Cênicas da USP.

Elenco: Dri Escher, 23 anos, estudante de Artes Cênicas da USP;  Fábio Figueiredo, 25 anos, formado em Ciências Sociais pela USP; Virginio Marques, 25 anos, formado em Letras pela USP; Uirá Freitas, 25 anos, estudante de Ciências Sociais da USP.

Compositor e músico: Vinicius Marques, 27 anos, formado em Letras pela USP.