Memorial da Resistência expõe fotos, documentos e objetos de Rubens Paiva

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Rubens Paiva na cabine de um avião

O Memorial da Resistência de São Paulo apresenta a exposição “Não tens epitáfio pois és bandeira”, com cerca de 200 fotografias, documentos e objetos pessoais que revelam momentos da vida de Rubens Paiva com a família; de sua atividade política; a prisão e a luta de sua esposa, Eunice Paiva, pelo restabelecimento da verdade. A mostra fica em cartaz até dia 26 de julho.

Rubens Paiva (Santos, SP, 1929 – RJ, 1971) formou-se engenheiro civil pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, onde começou a militância política. Foi presidente do centro acadêmico Horacio Lane e vice-presidente da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (1954). Engajou-se na campanha “O petróleo é nosso”, pela criação da Petrobras.

Eleito deputado federal em 1962, teve atuação destacada como integrante da CPI sobre o Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD), que promovia propaganda anticomunista e conspirava pela queda do governo de João Goulart. A organização patrocinava campanhas políticas, palestrantes e autores que escreviam artigos denunciando a chamada “ameaça vermelha” no Brasil. A CPI descobriu que o IBAD e a Ação Democrática Popular (ADEP) movimentaram entre 12 e 20 milhões de dólares em suas atividades conspirativas.

Paiva foi um dos deputados que ajudou a identificar a origem e o destino do dinheiro. Descobriu que na lista de pagamentos havia integrantes da direita e militares envolvidos na geração de um ambiente político favorável ao golpe. Meses depois, Paiva foi um dos primeiros deputados cassados, oito dias após o golpe de abril de 1964. Pediu asilo na embaixada da antiga Iugoslávia, hoje Sérvia, país para onde viajou vivendo depois na França e Inglaterra. Voltou ao Brasil no final de 1964. Em 1971, foi preso por militares em sua casa no Rio de Janeiro, onde vivia com a esposa e os cinco filhos. Desde então é dado como desaparecido político

Por Redação